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25/04/2019 - 06:31

Rapaz debocha de candidatos a vaga de emprego e é demitido

O cuiabano Paulo Roberto de Moraes foi demitido da empresa Avante Energia depois de postar vídeos em seu Instagram fazendo piadas e expondo diversos candidatos que enviaram currículos para possíveis vagas de emprego.

A empresa é de Mato Grosso do Sul, mas tem filial em Cuiabá, onde o rapaz era funcionário.

O caso repercutiu nacionalmente, e Paulo Roberto, além de ser demitido da empresa, teve que excluir suas contas nas redes sociais, após vários internautas se revoltarem com a atitude.

Nas imagens, o cuiabano fala dos documentos que recebe, brinca com as fotos dos candidatos, bem como das qualificações deles e o tempo que duraram em ocupações anteriores.

“Medicina na Bolívia, amor. O que você quer ser minha agente de cadastro”, diz em uma das imagens.

Já em outro vídeo, o rapaz aparece jogando os currículos para o ar, fazendo piadas de sorteios da vagas.

“Hoje a gente vai sortear um emprego. Tanta gente desempregada, e eu, como chefe, é um privilégio. Eu estou me sentindo como o Silvio Santos na Tele Sena”, diz.

“Dá um mal estar de ver o desespero da galera por emprego, gente formada, gente com mais estrutura”, fala em outro.

Ao final, o cuiabano ainda diz que iria fazer novos vídeos a respeito de coisas que podem e não podem fazer em entrevista de emprego.

O MidiaNews entrou em contato com a empresa Avante, e o gerente local Rafael Martins, informou que todos estão abalados com a atitude do ex-funcionário. Ele pediu desculpas em nome da empresa.

“É um absurdo o que ele fez. A pressão que estou sofrendo aqui por algo que ele fez é surreal, mas eu vou fazer o quê? Vou crucificar a pessoa? Não! A única coisa que eu podia fazer era demitir e eu já fiz”, disse.

Por meio de nota, a empresa também esclareceu que não tinha conhecimento da atitude do então funcionário e soube dela através de denúncia. A empresa diz ainda que repudia a atitude do cuiabano, bem como demitiu logo que tomou conhecimento.

“Não compactuamos com a atitude tomada pelo funcionário que usou a rede social particular postando vídeos e fotos sem a autorização da empresa. A empresa Avante através do seu representante legal informa que não tolera atitudes de quebra de sigilo de informações e não tem a prática de utilizar as redes sociais”, disse.




Pediu desculpas

Após a má repercussão do caso, Paulo Roberto gravou outro vídeo, pedindo desculpas pela atitude, e diz estar passando por problemas de saúde.

“Eu queria deixar claro que eu estou muito arrependido de tudo que eu falei. Queria pedir desculpa para todas as pessoas expostas nesses vídeos, e para todas as pessoas que viram e se sentiram ofendidos com aquelas besteiras que eu disse”.

“Eu não estou muito bem de saúde, tanto físico quanto mentalmente. Ultimamente estou tomando remédio para ansiedade, alteração de humor. Não justificando a besteira que eu fiz, porque não tem justificativa”, disse.

Paulo Roberto ainda afirmou que o seu intuito com as publicações era ajudar as pessoas que estavam em processo seletivo.

“Eu fiquei chocado com o tanto de currículo que eu recebi, acho que uns 800. Aquilo me pegou de surpresa, fiz um anúncio [da vaga] de poucas horas, e eu de cara exclui porque as pessoas estavam me ligando e mandando mensagens”.

No Facebook, Paulo Roberto se identificava como funcionário da Avante desde o ano de 2017 e exercia o cargo de coordenador-geral.

Também havia a informação de que ele era funcionário da empresa Efort desde 2016, mas esta empresa, também por meio de nota, disse que ele já havia sido demitido há quase dois anos.

“Prezados candidatos que enviaram currículo para o ex funcionário do Instituto EFORT, Paulo Roberto de Moraes que foi demitido em 14/07/2017 com o qual nunca mais tivemos contato. Na nossa empresa ele nunca teve função de selecionar pessoas, pois não tinha perfil adequado”.

“Hoje o Instituto Efort não está mais atuando em Mato Grosso. Declaramos a todos que repudiamos esse tipo de comportamento sem ética, sem moral e sem discernimento. Estamos indignados de ver o nome do Efort sendo citado nesse absurdo, uma empresa com 20 anos de trabalhos voltados à educação e inclusão social”, diz a nota.

A reportagem ligou para o telefone atribuído a Paulo Roberto, mas não conseguiu falar com ele. 
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