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18/03/2019 - 09:59

Defesa de Vereador Dênis diz que foi vítima de ação truculenta da PM

A defesa prévia do vereador Dênis Maciel (Avante),detido pela PM, suspeito de agredir a mulher e ameaçar policiais com um pedaço de madeira, irá negar a agressão e afirmar que teria sido vítima de uma ação truculenta da Polícia Militar. A revelação é de um colega próximo ao acusado. Ele vai dizer aos vereadores da Comissão de Investigação, que irão apurar o caso, que foi derrubado e pisado pelos policiais que atenderam a ocorrência. A narrativa, de acordo com a informação, deverá ser corroborada pela esposa/vítima.

A Comissão de Investigação será formada, por três vereadores, nesta segunda-feira. Serão escolhidos através de eleição. Na quinta-feira (14/3) a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pelo vereador Cesare Pastorello (PV) apresentou um parecer favorável à continuação do processo investigatório. Entre os nomes mais cotados para compor a comissão, estão o do vereador José Eduardo Torres (PSC) e o próprio presidente da CCJ, Cesare Pastorelo. Eles, inclusive, já manifestaram interesse em participar.

A tendência é de que, a última vaga seja de uma vereadora. Podendo ser  Valdeníria Dutra Ferreira (PSDB) ou Elza Basto (PSD) levando em conta que o caso envolve, supostamente, agressão contra mulher.

De acordo com o Regimento Interno da Câmara, o investigado terá três dias para apresentar sua defesa prévia. Ou seja: até na próxima quinta-feira (21/3). As investigações, com oitivas de testemunhas e diligências para coleta de provas terá duração de 30 dias. O resultado deverá ser apresentado até no dia 21 de abril. Sendo comprovadas as agressões e as ameaças a guarnição da Polícia Militar que atendeu a ocorrência, o vereador poderá ser penalizado com advertência, suspensão por 30 dias e até a perda do mandato.

Para o vereador Cláudio Henrique Donatoni (PSDB), autor do requerimento, para constituição da Comissão de Investigação, do procedimento oportunizará ao acusado se defender e à Câmara promover a justiça que o caso requer. “Precisamos apurar os fatos e dar uma resposta à sociedade. Esse processo mostrará o que de fato aconteceu, e o vereador poderá durante o processo ter a ampla defesa”, explica. Denis Maciel se diz favorável à abertura do procedimento interno e que é o mais interessado na elucidação dos fatos.

Comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar, coronel Valdez Tapajós, diz que apesar do vereador afirmar ter sido vitima de ação truculenta da PM, nem ele e nem a esposa contestou o Boletim de Ocorrência. “Acredito no que foi narrado na ocorrência. Os policiais pediram com educação para que ele entrasse na viatura para ser levado para prestar esclarecimentos. E, que por ele não aceitar e, ainda os ameaçar com um pedaço de madeira, tiveram que usar de força moderada para contê-lo. Além disso, ninguém compareceu para contestar”

Entenda o caso

O fato ocorreu na sexta-feira (8/3) no pátio do SESC local de trabalho da mulher do parlamentar. A vítima de 36 anos relatou à polícia que o marido chegou ao local e avançou nas mãos dela para pegar o celular. Conforme o Boletim de Ocorrência (BO), ao chegar ao local, o vereador começou a xingá-la de vagabunda e sem vergonha, na frente de outros trabalhadores e alunos da instituição. E, ao tentar sair para chamar a polícia, a mulher teria sido impedida pelo marido. Mesmo assim, a guarnição foi acionada.

Procurado pela reportagem, Dênis diz que foi orientado por seu advogado à falar apenas aos vereadores que irão fazer a investigação. Ele, no entanto, confirmou que, a tese da defesa deverá ser nessa linha. Tanto é que, segundo ele, o exame de corpo delito realizado no CISC irá mostrar lesões em sua cabeça e no pulso, segundo ele, provocado pela ação da PM, durante a abordagem. Além da agressão, irá negar que pegou um pedado de madeira para ameaçar os policiais e que sequer usou sua prerrogativa de vereador para se defender.

“Nada disso aconteceu. Eu não agredi e nem ameacei ninguém. E, sequer usei minha prerrogativa de vereador. Eu somente pedi a eles (policiais) para que me deixassem ir para a delegacia prestar os esclarecimentos, em meu carro, e eles não deixaram” disse explicando que “a minha mulher chamou eles (polícia) para acalmar a situação, não para me agredir. Tanto é que ela confirma isso”. Dênis diz que o desentendimento entre ele e a esposa ocorreu porque ela estaria magoada por ele não ter saído com ela no Dia Internacional da Mulher.
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