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11/02/2019 - 05:20

De Cáceres para o Mundo: Professor com 35 anos de carreira, ainda inova em aulas

Ele já trabalhou em várias escolas cuiabanas e é um dos fundadores do Colégio Master. Formado em geografia e com 35 anos de profissão, o professor Paulo Fanaia é figura conhecida no estado. Além da docência, ele também é fotógrafo, radialista, técnico em edificações e já foi correspondente esportivo de revistas como a Placar.

Cacerense e defensor do Pantanal, o professor de 57 anos foi em busca das suas raízes e descobriu histórias dos seus antepassados portugueses. “Fui construindo a minha árvore genealógica e descobri a chegada dos irmãos Fanaya no Brasil. Um foi para Corumbá e depois veio para Cáceres, outro ficou no Rio de Janeiro e o terceiro foi para o Rio Grande do Sul. Com essas pesquisas consegui localizar parentes pelo país e descobrir mais sobre a história da minha família”.

Essa curiosidade é um dos elementos que sempre moveu Fanaia em busca de sonhos e de novas descobertas. De uma família de professores, a escolha pela educação foi um caminho natural. “Minha mãe era professora, meu irmão caçula é professor na Unemat, meu primo é professor de história, o irmão do meu avô é professor aposentado. Educar é um dom”.

Em Cuiabá ele lecionou em instituições como o Colégio Cesário Neto, Colégio São Gonçalo, Objetivo, Padrão, Pernalonga, deu aulas na Universidade de Cuiabá e várias outras escolas durante a carreira. “Onde eu vou tenho alunos. É muito legal. Aqui no Master Boa Esperança tenho vários ex-alunos que tem filhos matriculados. Ser professor é muito gostoso”.

À frente do seu tempo, Fanaia sempre gostou de fugir das aulas tradicionais, mesmo quando a moda era a rigidez das aulas com quadro negro e giz. “Sempre trabalhei na prática, não fico só em sala de aula. Já cheguei a levar dois ônibus de alunos para o Pantanal”.

O Pantanal é uma das paixões do professor, que fundou a associação Amigos da Princesinha do Paraguai, que reúne a história de Cáceres e do Pantanal mato-grossense. O grupo se encontra a cada dois anos em um evento que relembra histórias e desencava relíquias, como trechos de jornais antigos, que mostram o comércio de escravos às margens do Rio Paraguai.

“Sou apaixonado pelo Pantanal e defendo com unhas e dentes. Fico muito triste com o que está acontecendo. Quando vem gente de fora visitar, tenho a honra de explicar sobre o Pantanal”, afirma Fanaia.

Mas nesse caminho nem tudo foram flores. Ele passou por uma cirurgia bariátrica, que o fez perder 54 quilos, enfrentou um câncer no rim, mas não se deixou desanimar. “Amo o que eu faço, mas decidi ir diminuindo a carga e aos poucos me aposentar. Há 20 anos que só tiro férias de 15 dias. Agora quero ter mais tempo para outras atividades”.
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