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01/01/2019 - 11:19

Mendes assume Governo com dívidas e sem caixa para salários

Eleito em outubro com 58,69% dos votos, o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM) assume o Governo do Estado nesta terça-feira (1º).
 
O democrata ascende ao poder com a principal missão de evitar a insolvência nas contas do Executivo. Isso porque, o governador Pedro Taques (PSDB), derrotado nas urnas na reeleição, deixa a gestão com uma dívida de R$ 1,8 bilhão.
 
Os números foram apresentados por Mendes e já confirmados pelo secretário de Fazenda, Rogério Gallo, que permanece no comando da Pasta na futura gestão.
 
 
De acordo com os números apresentados por Mendes, de junho a dezembro de 2018, a receita total do Estado será de R$ 9,8 bilhões – os valores contabilizados de dezembro ainda podem sofrer alterações, já que algumas receitas esperadas, como o FEX (Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações), não foram repassados.
 
Uma das dívidas que devem ficar é a folha salarial. Taques adotou o método de entesourar valores a partir do dia 1º de cada mês para pagar até o dia 10. Desta forma, não deixará caixa para que o novo governador pague os servidores.
 
Além da folha, Mendes terá que arcar com o 13º salário dos aniversariantes de novembro e dezembro que não foram pagos pelo tucano por falta de caixa.
 
Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, enviada por Taques para votação na Assembleia Legislativa, o tucano diz que a situação fiscal do Executivo é crítica e que o reequilíbrio orçamentário exigirá trabalho da próxima gestão. 
 
Segundo ele, a principal fonte da deterioração fiscal é o crescimento excessivo das despesas obrigatórias, em especial com pessoal.
 
Taques afirmou que o gasto bruto com folha de todos os Poderes cresceu rapidamente em termos reais nos últimos anos, ocupando cerca de 72% das receitas orçamentárias correntes em 2019.
 
“Os saldos fiscais do Estado se deterioram e uma aguda escassez de liquidez tem resultado em um aumento nos atrasos dos pagamentos e do estoque de restos a pagar sem lastros financeiros. A principal e estrutural fonte da deterioração fiscal é o crescimento excessivo das despesas obrigatórias, em especial das despesas de pessoal”, afirmou.
 
Em recente discurso, Mendes afirmou que enfrentará grandes desafios e que vitória virá somente daqui quatro anos.
 
“Eu acredito muito neste Estado. Acredito que todos nós poderemos fazer aquilo que é preciso ser feito, muito embora isso possa causar, em um primeiro momento, alguns constrangimentos. Mas teremos que ter essa determinação e, acima de tudo, esse amor por este Estado que vivemos”, disse.
 
“Hoje, nós estamos comemorando a primeira etapa da vitória que conquistamos. Mas a grande vitória será daqui a quatro anos, quando pudermos ter a certeza de que cumprimos o nosso papel, que fizemos aquilo que precisava, e que o nosso Estado será verdadeiramente melhor”, afirmou.
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