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23/12/2018 - 10:50

Eleito deputado estadual, dr. Gimenez quer o fim da ‘ambulancioterapia’ em MT

Há mais de 40 anos trabalhando no setor da saúde, o médico Luis Amilton Gimenez, que a partir de 2019 assume uma vaga na Assembleia Legislativa, quer por fim ao que chama de “ambulancioterapia”. Seu mandato de deputado será dedicado, segundo ele, à valorização do setor e, principalmente, dos profissionais da medicina. Dr. Gimenez, como é mais conhecido, quer um plano de carreira para os médicos do Estado. Confira a íntegra da entrevista que ele concedeu à reportagem de A Gazeta:  
 
Porque o senhor decidiu concorrer ao cargo de deputado estadual?   
 
Em parte, por indignação. A situação da saúde é muito grave. A Santa Casa em greve, funcionalismo em greve, repasses não sendo feitos. Essa indignação não é só da população, mas também da comunidade médica. Por melhor que seja o profissional, sem condições de trabalho, ele não resolve nada. Tem que haver disponibilidade de recurso para manter essa máquina funcionando. Depois de 41 anos trabalhando na área, me senti na obrigação de trabalhar em prol da comunidade.   
 
O senhor deve apresentar e defender quais propostas na Assembleia?   
 
Há uma que é muito importante é a descentralização da saúde. Fazer com que o interior tenha mais resolutividade para os problemas de média complexidade. Estamos vivendo um período de ambulancioterapia, que encaminha os paciente para a Capital. Os hospitais de Várzea Grade e Cuiabá vivem constantemente lotados, quando muitos problemas poderiam ser resolvidos no local de origem. Também vou lutar por um plano de carreira para o médico. O médico tem que saber para onde está indo. É uma reivindicação muito antiga, não só aqui, no Brasil inteiro.   
 
Como o senhor avalia essa renovação na Assembleia Legislativa, que terá 14 novos deputados a partir de 2019?   
 
É uma onde mudança que aconteceu no Brasil inteiro. Votou-se pela mudança e pelo novo. Essa renovação começou há 2 anos, quando 80% dos prefeitos não foram reeleitos e 70% das Câmaras não conseguiram se reeleger. É muito significativo e, dependendo da atividade desses novos, essa onda deve continuar. Não é a ideia da pessoa que garante que ela seja eleita, mas o trabalho que ela faz. O novo é o novo. Se pensar assim, imagina quantos empregados não seriam contratados se você exigisse experiência. Da mesma forma, o político novo está ali para aprender e aprende-se rápido. A função do deputado é fiscalizar, então, é o que ele vai fazer. O fato de ser novo não implica em nada e a política velha não tem que prevalecer.   
 
A Assembleia possui uma imagem bem negativa perante a sociedade devido aos vários casos de corrupção dos últimos anos. Como o senhor pretende ajudar a mudar isso?   
 
Trabalhando, encontrando pares que tenham a mesma forma de pensar e agindo com harmonia com o Executivo. Essa ação conjunto é que vai fazer com que o trabalho crie frutos para que, no futuro, tenhamos um histórico para sermos avaliados.   
 
Com o Estado em crise econômica se fala muito em cortar gastos. O senhor acredita que o duodécimo da AL deve ser reduzido?    
 
É preciso enxugar a máquina administrativa. O duodécimo é constitucional e tem uma serventia para a Casa, então a Mesa Diretora tem que averiguar se é possível fazer essa diminuição. Caso contrário, vai prejudicar o funcionamento do Parlamento. Estamos nos informando sobre isso. Estarei lá para ajudar e opinar sobre o assunto. O governador Mauro Mendes vai diminuir bem a máquina e isso é muito bom. Se o Executivo der esse exemplo, o Legislativo também deve seguir esse caminho.   
 
Qual será sua postura em relação ao governo Mauro Mendes? Existe alguma orientação do seu partido nesse sentido?  
 
O partido ainda esta estudando qual será a oposição dentro da Casa. Temos dois deputados e trabalharemos alinhados. Mas a minha postura vai ser em defesa da população. O que for do governo que seja favorável à população, eu estarei de pleno acordo. Se não for de interesse da população, vou irei debater ferrenhamente, porque nenhum direito pode ser tirado do povo.   
 
Tivemos um número grande de médicos eleitos esse ano. Na sua avaliação, por que a população escolheu esses profissionais? Será criada uma bancada da saúde na Assembleia?    
 
Ainda é uma bancada pequena, mas é mais representativa do que já vimos em muito tempo. O importante mesmo é encontrar pares que tenham os mesmo desejos e, juntos, trabalharmos para o bem da sociedade. Vamos trabalhar muito para a saúde preventiva. O sistema de saúde é bom, o que precisa é que ele funcione. Isso não esta acontecendo por falta de gestão do governo. O dinheiro para comprar esparadrapo no posto de saúde faz parte de muitos casos de corrupção, por isso hoje falta tudo. A Assembleia tem que legislar em cima disso. 
 
O senhor acha que vai demorar muito para a saúde, o setor que mais sofreu com a crise econômica, entrar no eixo?  
 
Sim, tem muita coisa para ser reestruturada. Ninguém quer inventar a roda ou um novo sistema de saúde. O que precisa é que esse sistema funcione. Temos que ter os repasses necessários e gestão pública sem corrupção. Aí é que entra a Assembleia, que vai fiscalizar.   
 
Como o senhor avalia o crescimento do PV no Estado?   
 
O partido cresceu muito nos últimos anos. É uma legenda que se identifica muito com Mato Grosso. Wancley fez um ótimo trabalho, o que resultou na eleição de 2 novos deputados. No próximo pleito, vamos ampliar muito mais, com vereadores e prefeitos. Como todos os partidos, deve ser feita uma reformulação na legenda, mas ainda não foi discutido isso.
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