Imprimir

Imprimir Artigo

22/10/2018 - 14:18 | Atualizado em 22/10/2018 - 14:39

​Praguejou

Tão logo saiu o resultado da eleição no domingo, 7, um cabo eleitoral de Cáceres ligou para o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) para consola-lo. Puto da cara, o ‘caixa de sapato’, falou que seu desejo naquele momento era soltar um bomba em Cáceres, terra de povo ingrato para onde teria destinado milhões em emendas. A fúria de Ezequiel é porque ele gastou muito na cidade e fez um acordo com o prefeito Francis Maris (PSDB), na esperança de ter 10 mil votos. Se ferrou, teve apenas 1.290, menos que os candidatos a estadual, Zacarkim (PTB) e Celso Silva (MDB). Na eleição anterior, ele 3.240 votos. Ele foi mais um que se ferrou ao acreditar na força da atual administração, com altíssima rejeição. Mas o prejuízo não foi só de Ezequiel, Judson Prata (PP) e os vereadores Alvasir Alencar (PP), Elias Pereira (Avante), e Domingos dos Santos (PSB), também perderam. Na minha avaliação, Alencar encerrou a carreira. Meu amigo Jorge Augusto que seria o eventual substituto de Alencar, agora terá mais dificuldades para se tornar vereador. Muitos outros derrotados que derramaram dinheiro em Cáceres e tiveram votações inexpressivas também devem estar xingando os profissionais da política de Cáceres até agora. A lista de revoltados poderia ser maior se não fosse as vitórias de Maluf (PSDB), Janaina Riva (MDB), Nininho (PSD) e Nery Geller (PP). Nery gastou R$ 217 mil com o Xodó e teve míseros 128 votos.
 
Patrocínio
 
Por falar em Xodó, depois de Nery Geller (PP), os dois maiores doadores da sua campanha foram o prefeito Francis Maris (PSDB), com R$ 70 mil e Pedro Grendene com R$ 50 mil. Francis gastou R$ 565 para fazer apenas 6.323 no Xodó. Cometeu dois erros irreparáveis. Queimou o menino para prefeito e jogou fora exatamente o valor necessário para eleger um prefeito em Cáceres. Porém, ele, o menino e seu grupo também podem comemorar a derrota. Se o Xodó tivesse sido eleito, dificilmente ficaria com mandato. A prestação de contas da campanha é um pomar.
 
Começou
 
A moda de dar férias para secretários e coordenadores para trabalhar na campanha do Xodó parece que pegou. Fonte da prefeitura de Cáceres revelou que o secretário de Governo, Wilson Kishi pegou sessenta dias de férias para articular a eleição de Rubens Macedo (PTB) para presidente da Câmara. Se a eleição fosse hoje, Rubens já teria garantido os votos de Claudio Henrique (PSDB), Alvasir Alencar (PP), Wagner Barone (Podemos), Elias Pereira (Avante) e Rosinei Neves (PV), todos no bolso prefeito Francis Maris (PSDB). O prefeito só precisa ‘comprar’ mais dois para ganha a mesa diretora na eleição que será daqui há dois meses. Em dezembro, a cidade vai saber quem são os dois.
 
Bloco
 
Os vereadores Denis Maciel (Avante), Creude Castrillon (Podemos) e Jerônimo Gonçalves (PSB), já deram sinais que também vão compor o bloco independente formado pelos vereadores Valter Zacarkim (PTB), Valdeníria Dutra Ferreira (PSDB), Cézare Pastorello (SD) e José Eduardo Torres (PSC). O bloco se formou para ter atuação independente, sem fazer oposição sistêmica, atuando exclusivamente em legislar a favor da população.
 
Fenômeno
 
Eu e a vereadora Valdeníria Dutra Ferreira (PSDB), somos padrinhos do meu sobrinho Leandro, e procuro não deixar que esse vínculo familiar seja abalado de forma nenhuma pela condição dela de político e a minha de colunista político. Digo isso para deixar claro o que vou colocar e que não tira nenhum mérito da vida política e da expressiva votação que ela recebeu na última eleição para estadual. A Val foi um fenômeno movido pelo ódio, assim como está ocorrendo na eleição de presidente. Ela conquistou os votos dos Anti-Francistas e eleitores do ex-prefeito Túlio Fontes (PSB), que formam a massa eleitoral de Cáceres. Estou afirmando para que ela e seus eleitores não se iludam com a eleição de 2020. Não que ela não seja um bom nome, pelo contrário, os números recentes provaram ao contrário. Ocorre que a eleição municipal é diferente. É uma eleição muito mais bairristas. O parente, o amigo, o patrão, normalmente são candidatos ou ligados a candidatos. Um exemplo clássico disso são os ex-vereadores Celso Fanaia (sem partido), e Leomar Mota (PSD). Em 2010 eles tiveram 11.483 e 9.658, respetivamente para deputado estadual. Dois anos depois, ambos que eram vereadores, não conseguiram se reeleger. Leomar teve 858 votos e Celso, míseros 392 votos.
 
Síndrome
 
O presidente da Câmara de Vereadores de Cáceres corre o risco de ser a próxima vítima da síndrome de presidente. Aquela em que o vereador presidente da Câmara não consegue a reeleição. Um dos motivos é a recente eleição em que Domingos amargou três derrotas que ascenderam o sinal de alerta na Vila Aparecida. Ele apoiou os derrotados Tampinha (PV), Saturnino (PSDB) e Ezequiel (PP).
 
Onda
 
Aproveitando a onda Bolsonaro, Valdir Rodrigues (PSC), deve assumir em Cáceres o PSL. A mudança deve esvaziar o PSC do vereador José Eduardo Torres. Por falar em onda, tem um monte de espertinho querendo ir para o PSL para pegar carona. O ‘mito’ acaba rapidinho se não fizer o que está prometendo, e eleição municipal é diferente, ainda mais a próxima que será a primeira sem coligação. Vai ser chapa pura e com 30% de mulher. Agora é que eu quero ver quem sabe fazer política.
 
Bomba
 
Nem o boi no rolete que comemorou a taca vai deve segurar a bomba prestes a explodir na Sematur. O pavio está aceso, acho que deve estourar esta semana e vai sepultar a fama de muita gente. O tempo é o senhor de tudo e derruba mascaras mesmo.
 
Perguntar não ofende: um semáforo no Junco tem mais prioridade do que um semáforo no cruzamento das Joaquim Murtinho com a rua dos Canários, na Avenida Sete de Setembro?
Imprimir