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14/09/2018 - 15:09 | Atualizado em 14/09/2018 - 15:12

Vereadores bolivianos se reúnem com prefeito de Cáceres

Na manhã desta sexta-feira (14), o prefeito Francis Maris Cruz recebeu uma comitiva composta de vereadores (consejales/conselheiros) de municípios bolivianos vizinhos. Eles são representantes dos poderes legislativos municipais de San Matias, San Ignácio de Velasco, San José de Chiquitos e Concepcion, municípios (províncias) na fronteira com o Brasil, que também fazem divisa ou são próximos do município de Cáceres ou até de mais longe, como os representantes de Puerto Suárez.

O objetivo foi o de incrementar as parcerias que envolvem esses municípios, principalmente na recuperação, conservação e construção de estradas em comum.

Reunidos na sala de reuniões do Paço Municipal, também discutiram os problemas comuns que vive a região, no tocante à saúde e assistência social, uma vez que os dois povos se relacionam diariamente, não só através de serviços públicos, mas também pelo comércio e indústria, fazendo de Cáceres um grande polo regional e internacional.

O presidente da Câmara (Concejo Municipal) de San José de Chiquitos, Ulises Pesoa Justiniano, classifica de muito importante as relações dos vizinhos bolivianos com Cáceres, devido aos interesses comerciais e sociais. Ulises destaca que o serviço de saúde existente em Cáceres é essencial para o povo boliviano da fronteira.

Dentre os vários assuntos discutidos, Ulises salienta a parceria com Cáceres no combate aos incêndios florestais e nas margens das estradas da região, nesta época de seca.

O prefeito Francis lembrou que a Bolívia quer vender ureia ao Brasil. "Mato Grosso pode comprar toda a produção de ureia boliviana. Para isso é preciso boas estradas. Outro comércio que pode expandir é o de gás.

Aqui no Brasil, um botijão (13kg) custa em torno de 80 reais. Na Bolívia, o botijão de 10 quilos custa o equivalente à 12 reais. Estradas melhores podem viabilizar a vinda do gás boliviano para ser engarrafado aqui no Brasil, com um preço muito melhor. A Bolívia também pode nos fornecer sal, quatro vezes mais barato. Por isso, é necessário que se faça o asfalto entre San Matias e San Ignácio", salienta Francis.

Na reunião, também foi comentada a possibilidade de a Bolívia trazer uma extensão de uma faculdade boliviana de medicina para a vizinha San Matias. Francis lembra que há cerca de 20 mil brasileiros estudando na Bolívia. "Isso traria desenvolvimento para San Matias e para Cáceres, facilitando também a vida dos estudantes", destaca o prefeito.

Cáceres conta com um movimento diário considerável de bolivianos que circulam na cidade, em busca de compras no comércio, atendimento médico e hospitalar, além de outros serviços, como mecânica e marcenaria.

Outro grupo de bolivianos chegou logo depois. 'Consejales' e assessores do município de Puerto Suarez, a mil quilômetros de Cáceres, não conseguiram chegar a tempo para a reunião, mas foram recebidos no gabinete do prefeito. O assunto principal foi também a estrada (carreteira), que liga o Brasil até o Oceano Índico, atravessando a Bolívia e o Chile. José Luis Robles Rodríguez, consejal presidente do Consejo de Puerto Suárez (presidente da Câmara), disse que a viagem, por terra, é muito cansativa, mas vale a pena pelo contato que fazem com os municípios brasileiros que começaram a visitar a partir de Cáceres. Daqui, pretendem chegar até Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Ao final do encontro, os vereadores condecoraram o prefeito com bótons (pins) do Legislativo de Puerto Suárez e da Bandeira boliviana.
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