Governo diz que ainda não tem dinheiro para pagar salário de fevereiro
O secretário-chefe da Casa Civil, Max Russi (PSB), revelou que o Executivo ainda não tem o valor total de R$ 120 milhões a passar de uma dívida com o Bank of America e ainda os quase R$ 600 milhões em folha salarial no mês de março.
Segundo ele, o valor do banco deve ser repassado até o dia 8 deste mês. Já a folha, para não atrasar, precisa ser paga até o dia 10.
“Temos dificuldades. A Sefaz está trabalhando uma série de coisas, está represando o dinheiro para o pagamento. A prioridade é o pagamento da folha, depois o banco. Mas não podemos atrasar o banco, porque, se não pagar, teremos uma série de implicações”, afirmou ao MidiaNews.
O pagamento em dia das parcelas é fundamental para que a credibilidade do Estado não seja afetada junto aos agentes financeiros internacionais.
De acordo com Russi, entre os fatores que atrapalham está no fato de fevereiro ser um mês com menos dias, diminuindo o período de arrecadação.
Além disso, alguns Poderes não aceitaram a proposta do governador Pedro Taques (PSDB) em contingenciar 20% de seus duodécimos para o pagamento da dívida.
“Infelizmente, temos essa dívida dolarizada, e isso está preocupando muito o Governo, pois é um dinheiro que a gente não tem. Tem que tirar R$ 120 milhões dos cofres e isso vai gerar uma dificuldade para uma série de pagamentos do Governo. O custeio das secretarias já diminuiu bastante e o ideal era renegociar ou prorrogar essa dívida. Provavelmente a parcela de setembro a gente consegue, mas a de março não foi possível”, disse.
“Então, temos um mês com menos dias, uma dívida dolarizada para pagar e a folha. Realmente, talvez seja a data mais preocupante este início do mês de março. Passando esse pagamento, creio que vamos começar a vislumbrar uma situação melhor nos próximos meses”, afirmou.
Escalonamento
Por conta das dificuldades, a folha deve ser preparada para o pagamento de modo escalonado. Entretanto, segundo Russi, a prioridade é que o pagamento ocorra até o dia 10 deste mês.
“O Governo não quer fazer isso. A gente faz a folha de forma escalonada, porque ela tem que ser fechada com antecedência, mas o objetivo do governador é pagar os servidores até o dia 10 em sua totalidade. Quando não é possível, a política é deixar o mínimo de pessoas fora do pagamento. Mas a determinação é sair dia 10”, completou.
