19/07/2017 - 11:14 | Atualizado em 19/07/2017 - 14:07
Secretária de Saúde de Cáceres diz que sofre boicote por ser negra, gorda e ex-agente de saúde
O Conselho Municipal de Saúde de Cáceres reprovou em reunião extraordinária, realizada na última sexta-feira, 14, a reforma do almoxerifado da Secretaria de Saúde, avaliada em R$ 580 mil, desse montante parte seria destinada a compra de medicamentos.
O mesmo Conselho disse não à construção de uma UPA pleiteada pela Secretaria de Saúde no valor de R$ 3,8 milhões.
A decisão indignou o vereador e ex-conselheiro Cézare Pastorello (PSDB) que afirmou que Cáceres perdeu R$ 4 milhões em investimentos só nesta semana.
A Unidade estava disponível para ser implantada em Cáceres, mas a Secretaria de Saúde precisava da aprovação do Conselho que votou contrário durante a reunião. A maioria dos Conselheiros acompanharam o parecer da comissão de contas e contratos que apontaram falta de documentos necessários para sua implantação.
Segundo o vice-presidente do CMS Isaías Bezerra o Conselho agiu dentro da lei.
A construção da UPA seria de uma unidade do tipo I, que é construída e mantida pelo governo federal, ou seja, sem despesa para o município, diferente do PAM que é mantido pelo município e recebe um pequeno percentual de verbas federais.
O parecer desfavorável do Conselho gerou muitas críticas da população que precisa de mais unidades de saúde com menos burocracia.
O veto ao projeto de reforma do almoxarifado também foi recebido com revolta pela população.
Segundo a secretária de saúde Evanilda Costa, a não aprovação tem a ver com questões pessoais. Em um desabafo ela disse que o fato de ser negra, gorda e ex-agente de saúde tem despertado esse tipo de perseguição que prejudica toda a comunidade, em especial a população carente.
A secretária disse que se o Conselho quisesse teria aprovado tanto a construção da UPA como a reforma do almoxarifado com a ressalva de que documentos estariam faltando e assim o município os providenciaria.
De acordo com ela "Os prejuízos para a população cacerense são enormes. O pior é que quem reprovou a construção da UPA e a reforma do almoxerifado usou a desculpa de que foi feito em nome de uma saúde melhor."