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18/06/2017 - 10:25 | Atualizado em 18/06/2017 - 10:30

Farmácia Popular de Cáceres deve ser fechada

A informação é do jornal A Gazeta, que traz reportagem apontando que o Ministério da Saúde (MS) realocará os recursos que eram destinados à Rede Própria do Farmácia Popular para serem usados na compra de medicamentos do SUS.
Mato Grosso deverá perder as unidades da Farmácia Popular do Brasil dos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop e Tangará da Serra. Ao todo, são seis unidades que deixarão de atender a população, a partir de agosto deste ano.

A informação é do jornal A Gazeta, que traz reportagem apontando que o Ministério da Saúde (MS) realocará os recursos que eram destinados à Rede Própria do Farmácia Popular para serem usados na compra de medicamentos da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dessa forma, o dinheiro aplicado no custo administrativo das unidades agora será para a oferta de fármacos à população.

Confira a íntegra da reportagem:

Mato Grosso irá perder 6 unidades da Farmácia Popular do Brasil mantidas pelo Governo Federal em parceria com prefeituras. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a partir de agosto haverá realocação de recursos que eram destinados à Rede Própria do Farmácia Popular para serem usados na compra de medicamentos da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa dizer que o dinheiro aplicado no custo administrativo das unidades agora será para a oferta de fármacos à população.

Na rede própria eram disponibilizados 112 itens, entre medicamentos e preservativos masculino dispensados pelo valor de custo ou com preços até 90% menores que os praticados pelo mercado. Em Mato Grosso há unidades da rede própria instaladas em Cuiabá, duas em Várzea Grande, Cáceres, Sinop e Tangará da Serra.

Secretária municipal de Saúde da Capital, Elizeth Araújo destaca que a unidade do programa federal, que funciona no bairro CPA 4, deve ter nova finalidade em menos de 2 meses. “Essa Farmácia Popular do Brasil é aquela que o município monta e é mantida pelo Governo Federal. Esta será extinta pelo Ministério da Saúde e deixa de funcionar em agosto. Mas vamos dar outra utilidade para ela. Em breve teremos novidade. Lançaremos uma proposta de assistência farmacêutica”, disse, sem entrar em detalhes.
“Essas pessoas não serão prejudicadas, pois grande parte desses fármacos está contemplada na Relação Municipal de Medicamentos, o Remune. Todos serão distribuídos pelas unidades básicas de saúde e policlínicas”, assegura.
 
De acordo com a coordenadora de Assistência Farmacêutica de Cuiabá, Cristiane Rodrigues, a unidade atende hoje, em média, 1,2 mil pessoas por mês com a distribuição de medicamentos, a maioria a custo zero, e outros a preço simbólico. “Essas pessoas não serão prejudicadas, pois grande parte desses fármacos está contemplada na Relação Municipal de Medicamentos, o Remune. Todos serão distribuídos pelas unidades básicas de saúde e policlínicas”, assegura.

Os pacientes da unidade são pessoas como o aposentado Severino Joaquim da Silva, 77. Morador do bairro Jardim Vitória e hipertenso, ele vai todo mês buscar sua medicação no CPA 4. “Desde que o programa começou, em 2011, venho pegar meu remédio aqui e não pago nada. Se fechar, vai ser ruim para gente que recebe um salário mínimo de aposentadoria. Tomara que saia de graça mesmo nas outras farmácias”, torce.

A coordenadora destaca ainda que ao todo o Remune possui 107 medicamentos disponíveis custeados de forma tripartide. A participação é de 50% da União, 25% para o Estado e 25% Município. Hoje, de acordo com o último censo demográfico Cuiabá possui 560 mil habitantes e o repasse gira em torno de R$ 6 milhões, sendo R$ 5,10 do governo Federal e R$ 2,36 do Estado e município. Com a mudança, a União irá repassar R$ 5,58 por cada habitante. Haverá incremento da receita”.

Outras unidades

Em Várzea Grande funcionam duas unidades do programa Farmácia Popular do Brasil, uma no Centro e outra no bairro Cristo Rei. A Secretaria de Comunicação Social de Várzea Grande (Secom) esclarece que em 28 de abril deste ano, o Ministério da Saúde formalizou o fim do repasse de manutenção às unidades de Rede Própria do programa. Porém, garantiu manutenção do repasse de recursos e até mesmo a ampliação dos valores para a oferta de medicamentos à população.

A Secom informa que o Centro de Armazenamento e Distribuição de Medicamentos (Cadim) fornece de forma gratuita à população os remédios constantes da lista do Sistema Único de Saúde (SUS). “Esses medicamentos são adquiridos através de processos licitatórios transparentes e acompanhados por órgãos de controle”, diz trecho de nota encaminhada.

Em maio de 2015, quando a prefeita Lucimar Campos assumiu a gestão, o município só fornecia 60% dos medicamentos da lista. Em 2 anos, avançou para mais de 80% e persegue a meta de fornecer 95% dos medicamentos pré-definidos pelo Ministério da Saúde disponibilizados à população.

Informa ainda que aguarda uma significativa melhora nos repasses de recursos através do Ministério da Saúde para fazer frente às necessidades da população e reafirma que o Tesouro Municipal já aplicou, nos 4 primeiros meses de 2017, mais de 28% das Receitas Correntes na área de saúde, enquanto a lei determina 15%.
“Precisa apenas fazer um cadastro na unidade e ter a receita médica para poder retirar a medicação”, explica Cristiane.
 
A assessoria de comunicação da prefeitura de Sinop foi procurada pela reportagem, disse que encaminharia um posicionamento, mas até o fechamento desta edição não o fez. A Comunicação de Cáceres disse que a prefeitura não foi notificada formalmente sobre o fechamento da unidade e irá aguardar a documentação para se posicionar. E o secretário de Saúde de Tangará da Serra, Itamar Bonfim, disse que estava em reunião e não poderia falar com a imprensa.

Aqui tem Farmácia Popular

A Prefeitura de Cuiabá reforça que o programa “Aqui Tem Farmácia Popular”, parceria entre Governo Federal com unidades particulares, continua. A lista de medicação deste programa é diferente daquele disponível na unidade da rede própria. Ao todo, são disponibilizados 42 produtos, sendo 26 deles gratuitamente e o restante com descontos que chegam a 90%. São medicamentos para o tratamento de hipertensão, diabetes, asma, rinite, dislipidemia, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, além dos contraceptivos e fraldas geriátricas.
Os medicamentos anti-hipertensivos, antidiabéticos e antiasmáticos são dispensados de forma gratuita. Os demais possuem valores de referência definidos pelo Ministério da Saúde para cada princípio ativo. A pasta subsidia até 90% destes preços e o cidadão arca com a diferença até o preço de venda praticado pelo estabelecimento. “Precisa apenas fazer um cadastro na unidade e ter a receita médica para poder retirar a medicação”, explica Cristiane.

Mato Grosso tem hoje 503 drogarias conveniadas no “Aqui tem Farmácia Popular”, distribuídas em 100 municípios. 
 
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