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06/06/2017 - 10:10

INEXPERIENTE: Líder de Francis pede arquivamento do projeto de lei, ao invés de pedir vista, e é atendido

Na Coluna Direto da Fonte de ontem, o jornalista Gonzaga Júnior, articulista do Jornal Oeste,  previu que o projeto de lei complementar n.3 de 2017 seria aprovado na Câmara de Vereadores de Cáceres, como tem acontecido nos últimos 5 anos.

Errou. Não contava que a independência e a coragem do vereador Cézare Pastorello (PSDB) chegasse ao ponto de se posicionar contra o projeto e ainda manifestar, antecipadamente, seu voto.

Com o voto contrário de Pastorello, a base aliada do prefeito ficou abalada, e nem os novos aliados se sentiram seguros para votar. Ficaram com medo de ficarem no meio do caminho, nem com o prefeito, nem com os servidores.

O Vereador Wagner Barone (PTN), manifestou, antes da sessão, que iria pedir vista do projeto, que cria 90 cargos de livre nomeação e onera a prefeitura. O líder do governo na Câmara, Cláudio Henrique Donatoni (PSDB), disse que não precisava.

Na sessão, no momento da votação, Donatoni usou a palavra e pediu a retirada do projeto de pauta. Errou feio no pedido, que foi atendido, na hora pelo presidente.

Tudo passaria despercebido se o colega de partido e líder do PSDB, Cézare Pastorello, não tivesse usado a tribuna para agradecer o bom senso do executivo em pedir o arquivamento do projeto de lei.

Segundo Pastorello, não existe a figura da retirada de pauta. Ou o vereador pede vista dos pareceres, ou pede a retirada. A retirada só pode ser feita pelo autor, no caso, o líder do governo é o único que pode retirar projeto do executivo.

Ouvido, Pastorello disse que o pedido foi providencial. "Eu oportunizei por um longo tempo eu o executivo fizesse as alterações que eu julgava comprometer o projeto. O executivo não era obrigado a fazer, nem eu sou obrigado a votar a favor, por isso antecipei meu voto contrário. No momento em que o líder do governo pediu a retirada do projeto, vi que surgia a oportunidade de elaborarmos um novo projeto de lei, atendendo as necessidades do executivo, preservando os direitos dos servidores e com a participação do legislativo. No processo legislativo, não existe a figura do "eu quis dizer". Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".

O ocorrido mostra o total despreparo da equipe do prefeito Francis Maris (PSDB) em lidar com os vereadores.

O ex-vereador Kishi, secretário de governo, nem sequer ficou até o fim da sessão, demonstrando total descaso com o que viria depois.

O projeto de lei complementar 03/2017 do executivo pretendia criar 90 cargos de livre nomeação e salário quase mínimo, R$ 960,00, além de revogar a lei dos procuradores e criar mais secretarias e coordenadorias. Imprimir