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17/05/2017 - 18:14

Leonardo diz confiar em Taques e aponta 'politicagem' na AL

O deputado estadual Leonardo Albuquerque (PSD) disse confiar que o governador Pedro Taques (PSDB) não está envolvido na suposta rede clandestina de grampos ilegais realizada pela Polícia Militar (PM-MT).
 
Os “grampos” ilegais seriam feitos pela Polícia Militar de Mato Grosso, que se utilizaria do esquema para monitorar adversários políticos do Governo, jornalistas, advogados e empresários. O caso foi denunciado pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi secretário de Segurança Pública do Estado.
 
O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.
 
Em discurso na sessão desta quarta-feira (16), o parlamentar questionou o empenho que seria dado pelos deputados da oposição caso as escutas fosse contra cidadãos comuns.
 
“Qual seria a postura caso as escutas fosse contra o Seu João? O que aconteceu é grave, ninguém está dizendo o contrário, mas o principal é que acompanhar as investigações que já estão sendo feitas pelos órgãos. Cobrando que se vá a fundo. Eu confio no governador Pedro Taques, um homem que vem do Ministério Público, que conhece as leis e as prerrogativas”, disse.
 
O parlamentar pediu que os colegas não usem a tribuna do Legislativo com “falácias”, apontando culpados antes que se tenha provas contra os acusados.
 
Ele também se disse contra a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema. O requerimento foi feito pela deputada Janaina Riva (PMDB) e Zeca Viana (PDT) e até o momento tem cinco de oito assinaturas necessárias para sua abertura.
 
“Que bom que o Ministério Público está investigando, que o Tribunal de Justiça está acompanhando. Agora, esta Casa tem que agir com seriedade e exigir que a investigação seja feita com lisura. Mas não vou permitir usem tribuna com outro intuito que não seja o de defender o cidadão. Vamos acompanhar até ter certeza em apontar culpados e ai, sim, dizer nomes, não antes. Não podem usar de falácias, de maldades, de politicagem aqui”, afirmou.
 
“Respeito os colegas que entendem necessidade de uma CPI, mas não podemos criar isso para outra coisa. Além disso, CPI tem custo, são milhões de reais aos cofres. Precisamos exigir que as investigações ocorram nos poderes especializados nessas investigações. Que se posicionem e mostrem a verdade, doa a quem doer. Eu confio no governo, confio no governador”, completou.
 
Entenda o caso
 
Coronéis da Polícia Militar, mais assessores do primeiro escalão do Palácio Paiaguás, se utilizariam do esquema para monitorar adversários políticos, jornalistas, advogados e empresários.
 
No caso da denúncia, teria sido usado um inquérito que investigava uma quadrilha de traficantes de cocaína.
 
Ao pedir a quebra dos telefones dos supostos membros da quadrilha, teriam sido inseridos, ilegalmente, na lista encaminhada à Justiça, os telefones que interessariam ao Executivo monitorar.
 
A decisão que autorizou as escutas contra a quadrilha seria da Comarca de Cáceres, na fronteira do Brasil com a Bolívia.
 
O inquérito sobre o caso está na Procuradoria Geral da República, sob comando do procurador Rodrigo Janot.
 
O governador Pedro Taques seria um dos suspeitos de participar do esquema, juntamente com mais três coronéis da Polícia Militar. 
 
Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; a filha do ex-comendador João Arcanjo Ribeiro, Kelly Arcanjo Ribeiro Zen; e os médicos Sergio Dezanetti (de Alta Floresta), Luciano Florisbelo da Silva (do Hospital Santa Rosa, de Cuiabá), Paullineli Fraga Martins (médico perito, de Alta Floresta), Helio Ferreira de Lima Junior (médico ginecologista) e Hugo Miguel Viegas Coelho (médico da Policlínica de Várzea Grande). Imprimir