Imprimir

Imprimir Artigo

07/05/2017 - 10:48 | Atualizado em 07/05/2017 - 10:59

Mudança da sede da Unemat para Cuiabá entra na pauta do Congresso Universitário da Unemat

No dia 20/04 o Muvuca Popular publicou um manifesto da comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), reclamando que o deputado Prof. Adriano Silva, ex-reitor da instituição, estava fazendo proselitismo político, alardeando falsamente que havia uma tentativa de mudar a sede-administrativa (reitoria) para Cuiabá.

Para evitar a manobra, Adriano apresentou no último dia 29/03 , na Assembleia Legislativa de MT, um Projeto de Lei que dispõe da permanência da sede no município de Cáceres. O gesto foi visto por diretores de 12 unidades como um 'golpe publicitário', já que até o momento não havia nada sobre essa mudança previsto para se debater no o 3º Congresso Universitário (veja).

Chamado de ‘Coronel da Unemat’ e acusado de fazer 'politicagem', Adriano manteve a defesa de sua tese, e não recuou diante das críticas, mesmo com os diretores sugerindo a 'não aprovação' do projeto do deputado. Os diretores alegavam que não poderia haver a mudança já que nada foi debatido na comunidade acadêmica, que tem autonomia para tomar esse tipo de decisão.

SURPRESA

Um documento obtido pelo MPopular, no entanto, mostra que o deputado tinha razão.

Nele consta para debate e aprovação no próximo congresso universitário a tese de mudança da sede da UNEMAT para Cuiabá e transferência de cursos para Várzea Grande.

Em entrevista ao site, o deputado disse que já havia acompanhado as conversas no interior da universidade, o que provocou seu alerta. "Vi isso entre os colegas, porque sou de lá também, e vi a intenção de transferir a sede administrativo-financeira que é a sede da reitoria, que está lá desde 79 ou há quase 40 anos, para Cuiabá, com o argumento de que essa mudança facilitaria a gestão da universidade junto ao governo", disse.

Adriano contesta a tese, tendo em vista que com as novas tecnologias é possível fazer gestão sem estar próximo do governo. "Posso fazer gestão do Japão pra cá, com a tecnologia que nós temos hoje, eu não preciso estar na sua frente pra fazer gestão pública". Para o deputado, que defende a ampliação da Unemat para os 141 municípios com educação pública e de qualidade, essa mudança não é apropriada.

"São dois aspectos, primeiro o sentimento histórico. Em 78 iniciou, às margens do rio Paraguai, a nossa Unemat. E segundo, que economicamente a região Oeste está fragilizada. Mato Grosso hoje é um estado desequilibrado economicamente. Nós temos regiões muito fortes no norte, no sul, e outras muito fracas.

A região Oeste é um exemplo, então é você tirar da nossa região mais um ponto econômico, mais uma linha que pode levar a nossa matriz econômica".
O deputado também rebate a questão de oportunismo do qual foi acusado, ao fazer a defesa da instituição. "Eu vou continuar debatendo esse assunto, respeitando a legitimidade do debate interno da Universidade onde eu sou professor também, mas como representante que somos aqui aqui no parlamento do estado de Mato Grosso, me sinto também legitimado para trazer esse debate para essa casa", pontuou.

A tese de mudança de sede foi protocolada pelo campus de Colíder, e agora vai para o congresso que será realizado no segundo semestre deste ano. Imprimir