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16/01/2017 - 09:36 | Atualizado em 16/01/2017 - 09:39

Presos do Comando Vermelho e PCC estão em celas separadas para evitar confronto, na cadeia de Cáceres

Presos ligados ao Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), recolhidos na cadeia de Cáceres, estão sendo mantidos em celas separadas e com banho de sol em horários diferentes – os do PCC de manhã e do CV à tarde.

A decisão foi tomada pela direção do presídio para evitar confrontos entre as facções. Assim como na grande parte dos complexos prisionais do país, o clima na cadeia de Cáceres é de tensão, depois da crise carcerária desencadeada no complexo Anísio Jobim em Manaus que deixou 56 mortos.

 A exemplo das demais penitenciárias em crise, a cadeia de Cáceres, acusa superlotação. Construída para abrigar 190 reeducandos, atualmente, 508 – equivalente a quase três vezes a sua capacidade -, se amontoam em 12 celas. Desse total, 100 são vinculados ao Comando Vermelho e 36 ao Primeiro Comando da Capital. A maioria dos detentos, conforme a direção, respondem por crime de tráfico de drogas e roubos a bancos, em cidades da região da fronteira Brasil/Bolívia – integrantes do chamado “novo cangaço”.

A segurança interna e externa da unidade, bem como a escolta dos presos para audiências no Fórum ou tratamento em unidades de saúde, que há algum tempo era feita pela Polícia Militar, hoje é de responsabilidade, exclusiva, dos agentes penitenciários. Diretor da unidade, o agente Revétrio Francisco da Costa, diz que não dispõe de efetivo suficiente, mas, por outro lado, conta com equipamentos necessários e material humano “preparado” para conter uma eventual rebelião.

“Além de medidas preventivas como a manutenção dos presos das facções em celas separadas, sem nenhum contato, e horário diferenciado do banho de sol, dispomos do Grupo de Intervenção Rápido (GIR) formado por agentes especializados para conter qualquer distúrbio da unidade” diz acrescentando que, fora isso a unidade conta também com um grande aparato de tecnologia de armas não letais, como lançador de granadas AM-640 e granadas de efeito moral, de pimenta, de lacrimogêneo e de luz e som para eventuais necessidades.

O diretor ressaltou ainda que, para aumentar ainda mais a segurança do complexo prisional, estão sendo reativadas as câmeras de monitoramento nas partes interna e externa do prédio. As câmeras foram instaladas há cinco anos. Por falta de manutenção foram desativas. Agora, com a nova direção do presídio, aliada a crise carcerária, serão reativadas. Revétrio diz que, apesar da tensão, a situação está sob controle. “Pequenos desentendimentos, entre alguns presos, existem diariamente, em uma cadeia como, superlotada, com mais de 500 reeducandos. Mas, nada de anormal. Apesar da tensão a situação está sob controle” garantiu. Imprimir