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06/09/2016 - 05:43 | Atualizado em 06/09/2016 - 06:05

Pesquisa de professor da Unemat que aponta que horário de verão reduz homicídios por arma de fogo será apresentado na Colômbia

O professor Weily Toro Machado, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) teve o trabalho Ambiente de Luz e Homicídios aprovado pelo maior evento de economia da América Latina, o Latin American and Caribbean Economic Association e Latin American Econometric Society (LACEA-LAMES). A edição 2016 acontecerá nos dias 10, 11 e 12 de novembro na Universidad Eafit, na Colômbia.

Entre os mais importantes economistas do mundo são esperados para o evento três ganhadores do Prêmio Nobel em Economia. James J. Heckman, da University of Chicago (2000), Finn E. Kydland, da University of California (2004) e Edmund S. Phelps, da Columbia University (2006).

Ambiente de Luz e Homicídios é um dos capítulos da tese de doutorado de Weily Toro com os coautores Robson Tigre e Breno Sampaio. Os pesquisadores concluíram que o horário de verão aplicado no Brasil com o objetivo de economizar energia desde 1932, e nos moldes atuais desde a década de 2000, foi capaz de salvar cerca de 3.850 vítimas potenciais de homicídio por arma de fogo nos anos de 2006 a 2011.

As conclusões foram obtidas por meio de várias metodologias.

"Usando técnicas de regressão descontínua não-paramétrica, encontramos uma diminuição acentuada no número de homicídios por armas de fogo nos Estados brasileiros com horário de verão (14,4%), enquanto nenhuma relação estatística é encontrada entre os Estados não afetados pela política.

O efeito descoberto é maioritariamente concentrado em horas diretamente afetadas pela mudança na luz do dia", afirma o pesquisador.

Weily Toro explica que o artigo investiga a influência da luz ambiente no número de homicídios por arma de fogo em um dos países mais violentos do mundo, no caso o Brasil. "Aproveitamos a variação exógena em horas de luz do dia e exploramos a transição da hora padrão para horário de verão nos Estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Como não existe horário de verão nos Estados da região Norte e Nordeste, utilizamos estes dados como um teste placebo para fazer a comparação ao redor da transição".

O pesquisador disse ainda que segundo a teoria do crime os bandidos levam em consideração a variável luz para cometer ou não o delito. Ao cometer crimes no período em que existe luz a probabilidade de ser apanhado aumenta, e, por isso, com a claridade no final da tarde, proporcionada pelo horário de verão, o comportamento do criminoso é o de não cometer o crime. "Durante as pesquisas foi observada a não realocação de atividades homicidas durante o dia", explica Toro.  

O artigo pode ser acessado
em:https://www.researchgate.net/publication/303722245_Ambient_Light_and_Homicides
Outro artigo que Toro publicou juntamente com os coautores Robson Tigre e Breno Sampaio ganhou repercussão internacional ao ser publicado na Revista Economics Letter em 2015. Durante a pesquisa eles concluíram existir fortes evidências de que o horário de verão aumenta o número de mortes por infarto em 8,5% nas primeiras semanas e que a incidência maior é entre as pessoas com mais de 60 anos de idade
Weily Toro concluiu sua tese de doutorado em Economia, em abril deste ano, na Universidade Federal de Pernambuco através de um Doutorado Interinstitucional realizado entre UFMT, UFPE e Unemat. O pesquisador é graduado em Ciências Contábeis pela Unemat onde é professor no curso de Ciências Contábeis do Câmpus de Cáceres, atualmente ocupa função de pró-reitor de Gestão Financeira da Universidade. email: weily@unemat.br

Robson Tigre – Mestre e graduado em Economia pela UFPE, atualmente é doutorando em Economia pela Università di Bologna, na Itália. email: robson.tigre0@gmail.com

Breno Sampaio – Doutor em Economia pela University of Illinois at Urbana-Champaign atualmente é professor de Economia na UFPE.  email: brenorsampaio@gmail.com Imprimir