Mais de mil cartões do Bolsa Família estão abandonados nas agências da CEF e Correios em Cáceres
Sinézio Alcântara
Jornal Expressão
Mil e setenta e seis cartões do programa Bolsa Família foram esquecidos nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF) e dos Correios, em Cáceres.
Na CEF são 516 contra 560 nos Correios.
Em alguns casos, já passa de três meses em que o benefício, aguarda pelo beneficiário.
A situação é considerada preocupante porque, enquanto alguns se esquecem do recurso, um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Ação Social, revela que 1.627 famílias estão na fila, já cadastradas, aguardando a liberação do benefício.
Não se sabe, exatamente, o motivo do abandono.
A secretaria de Ação Social acredita que faltam informações ou até mesmo conhecimento dos beneficiários.
“Acreditamos que esteja faltando informações aos beneficiários. Mas, já estamos requisitando da direção tanto da CEF quanto dos Correios, a listagem de espera para saber, exatamente, o motivo”.
Caso seja comprovado de que a razão seja por quaisquer irregularidades, conforme a secretária, o beneficiário será, automaticamente, desligado do programa, para dar lugar a quem, realmente, necessita.
“A orientação do prefeito Túlio Fontes sempre foi para que os trabalhos das secretarias sejam pautados na legalidade. Se houver comprovação de que a recusa em retirar os benefícios seja por irregularidades, certamente, serão desligados do programa”.
Não existe um cálculo exato sobre o montante de dinheiro a espera dos beneficiários porque os recursos variam de acordo com a renda mensal de cada família e o número de dependentes. Acredita-se, no entanto, que cerca de R$ 2 milhões estejam aguardando para serem retirados das agências.
De acordo com a Secretaria de Ação Social, em Cáceres, existem 8.726 famílias cadastradas em vários programas sociais do governo federal.
Já o total de famílias cadastradas para o bolsa família é de 7.667, enquanto que apenas 4.935 estão recebendo normalmente.
O restante está na fila aguardando e outros, simplesmente, esquecem o benefício nas agências.
Pela estatística, o número de famílias que está recebendo normalmente o benefício, em 2009, é menor que em relação ao ano de 2008.
No ano passado foram 5.850 benefícios contra 4.935 neste ano.
Além do recadastramento que desligou centenas de beneficiários que já não se encaixavam no perfil do programa, conforme a secretária existe o problema de migração.
“O controle rigoroso durante o recadastramento e a migração de várias famílias cadastradas para outros municípios contribuíram para a redução do número de beneficiários”, afirma Eliene.
O programa - Podem fazer parte do programa Bolsa Família às famílias com renda mensal de até R$ 140,00 por pessoa devidamente cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
A renda da família é calculada a partir da soma do dinheiro que todas as pessoas da casa ganham por mês (como salários e aposentadorias).
Esse valor deve ser dividido pelo número de pessoas que vivem na casa, obtendo assim a renda per capita da família.
Se a família se encaixa numa das faixas de renda definidas pelo programa, deve procurar o setor responsável pelo Programa Bolsa Família no município munido de documentos pessoais (título de eleitor ou CPF), para se cadastrar no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
O programa Bolsa Família seleciona as famílias com base nas informações inseridas pelo município no CadÚnico.
Ele é um instrumento de coleta de dados que tem por objetivo identificar todas as famílias em situação de pobreza existente no país.
Cada município tem uma estimativa de famílias pobres, consideradas como a meda de atendimento do programa naquele território.
Essa estimativa é calculada com base numa metodologia desenvolvida com apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e tem como referência os dados do Censo 2000 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2004, ambos do IBGE.
O cadastramento não implica a entrada imediata dessas famílias no programa e o recebimento do benefício.
Com base nas informações inseridas no CadÚnico, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas no programa a cada mês.
O critério principal é a renda per capita da família e são incluídas primeiro as famílias com a menor renda.
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