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05/05/2015 - 11:42

Pesquisa diz que Cáceres tem o terceiro maior número de menores infratores ‘presos’ em MT

O número de boletins de ocorrência envolvendo adolescentes de Mato Grosso aumentou 115% em três anos, saltando de 5.518 registros em 2010 para 11.954 em 2013.
 
O crescimento é impulsionado pela demanda do interior, uma vez que na Capital o aumento foi de 83%.
 
Os dados constam no Plano Decenal de Atendimento Socioeducativo de Mato Grosso, que deve ser colocado em prática entre este ano e 2024, atendendo prerrogativas do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).
 
Das 11.954 medidas determinadas pelo Poder Judiciário em Mato Grosso, 91,19% (10.900 casos) correspondem ao meio aberto e 0,62% semiliberdade.
 
O restante, 979 determinações judi-ciais, é referente a internações por atos infracionais análogos a roubos (53,78%), tráfico de drogas (12,97%), homicídios (8,7%), latrocínios (3,8%) e “outros” (acima de 20%).
 
Os dados pontuam que 81% dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas são provenientes de seis municípios.
Predominam nas unidades de internação do Estado jovens de Cuiabá (35%), Várzea Grande (18%), Cáceres (13%), Rondonópolis (10%), Sinop (3%) e Barra do Garças (2%).
 
Na avaliação da pesquisadora do Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Vera Bertolini, os dados são reflexo da falta de compromisso que o próprio Estado e a sociedade têm com a juventude.
 
Pontua que o país continua insistindo em uma política punitiva sempre contra o mesmo público: pobres, negros, crianças e adolescentes.

“Prova disso é o fato de existir uma preocupação em apontar o crescimento dos atos infracionais de adolescentes, mas não existe o mesmo empenho em apurar crimes de desvio de verbas, que envolvem políticos. Por que os adolescentes têm que ser radicalmente punidos e quem desvia dinheiro público não? Gostaria que alguém me respondesse”. 
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