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09/03/2015 - 07:30

Livros são jogados no lixo em Cáceres

Fotografias de vários amontados de livros didáticos novos e seminovos tiradas, supostamente, no interior da cooperativa clandestina de reciclagem de lixo, foram encaminhadas, via email, a redação do jornal, pelo aposentado Joaquim Izidro Fontes. O local é o mesmo onde no dia 20 de fevereiro agentes da Vigilância Sanitária apreenderam por determinação do Ministério Público, 125 caixas de Hormotrop Somatropina, medicamento de uso controlado e alto custo, avaliado em cerca de R$ 140 mil. Centenas de livros, segundo Joaquim Fontes “eram deixados na cooperativa na calada da noite” por um caminhão.
 
“Os caminhões chegavam, geralmente, na calada da noite e deixavam os livros ai (na cooperativa). Quase todos novos. Alguns ainda em caixa. Eu fotografava porque achava estranho” diz lembrando que em uma noite, chegou a ficar preocupado porque, logo após o caminhão deixar os livros, no local, choveu. “Eu fiquei preocupado porque choveu e os livros iam molhar. Chamei alguns funcionários para ajudar eu cobrir o material com um pedaço de plástico. Mas ninguém se prontificou a ajudar”. O aposentado diz que, além do medicamento, ele denunciou o caso dos livros ao Ministério Público.
 
“Podem me chamar de louco, de subversivo o que quiserem. Mas, não concordo com esse tipo de coisa. Muitas pessoas carentes vão ao posto de saúde e dificilmente encontra um medicamento gratuito da rede pública. Muitas crianças, às vezes deixam de estudar, por falta de dinheiro para comprar livros. Enquanto isso, medicamentos caros e livros novos são perdidos em um lugar como esse”.
 
Proprietário da cooperativa, Aurino Castro, admite que muitos livros foram deixados no local, mas garante que “eram livros usados, doados por várias escolas e até a comunidade, para serem reciclados”. Assim como no caso dos medicamentos, Castro diz que “é uma armação feita pelo aposentado” na tentativa de prejudica-lo. E, que irá provar na justiça sua inocência. “O meu advogado já tem em mãos toda documentação, tanto do medicamento, quanto do caso dos livros. Não existe nada de errado. Vamos provar isso na justiça. E em seguida, responsabilizá-lo por calúnia, difamação e danos morais”.
 
O coordenador do Serviço de Vigilância Sanitária, Josué Waldemir de Alcãntara, informou que entregou o relatório sobre o caso do medicamento, ao Ministério Público na última quinta-feira (26-02). Informou que “dada às condições do armazenamento do produto, em péssimas condições, sugerimos sua condenação. Mas isso, ficará a critério do Ministério Público, responsável pela investigação do caso” disse.  Imprimir