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16/02/2015 - 14:50 | Atualizado em 16/02/2015 - 08:55

Discurso

O vereador Marcinho Lacerda (PMDB), que assumiu a presidência da Câmara de Vereadores de Cáceres no começo do ano com um discurso de legalidade e ética, corre o sério risco de enterrar prematuramente a estratégia de recuperar a imagem do legislativo. Isso pode acontecer caso a juíza Josiane Quinto, mande anular parte das nomeações de servidores para cargos de confiança feita por ele, e o Ministério Público Estadual (MPE), resolver questionar a dispensa de licitação para contratação da UFMT para a realização do polêmico concurso público da Casa.
 
Capricho
 
O ex-chefe de gabinete da presidência da Câmara, Jorge Augusto de Almeida, diz que Marcinho estaria livre do risco do desgaste se tivesse aceitado em dezembro a decisão do ex-presidente Alvasir Alencar (PP) que queria adotar a mesma medida para evitar o descumprimento do TAC firmado com a Justiça. Jorge conta que logo após a sua eleição, Marcinho afirmou que preferia tratar da questão na sua gestão, pois, queria prestigiar a Unemat.
 
Injusto
 
Por falar em Marcinho, eu acho injusta a desconfiança dos donos do Cacerense em relação à lisura da sua gestão a frente do clube nos últimos dois anos. A desconfiança surgiu após os dirigentes procurarem a Unimed para patrocinar o clube na temporada deste ano. Segundo uma fonte ligada aos donos do time, a Unimed teria informado que adiantou um recurso para o Cacerense no ano passado referente à temporada deste ano. Não sou de fazer isso, mas tenho certeza que Marcinho, se pediu adiantamento, foi para quitar compromissos do clube. Ele não gosta de falar porque a família não aprova, mas posso garantir que Marcinho investiu mais de R$ 100 mil reais do próprio bolso para manter inclusive as divisões de base nos últimos dois anos. Só para a participação do time Sub 20 na Taça São Paulo deste ano, ele colocou R$ 30 mil reais para transporte e outras despesas. E tem mais, o único grande patrocinador do time neste ano, o Sicredi, que está dando R$ 30 mil reais ao Cacerense, foi ele que viabilizou.
 
Leitura
 
Ouvi esta semana de uma das pessoas mais respeitáveis de Cáceres e que não faz parte do universo político, uma leitura resumida, mas interessante sobre a administração do prefeito Francis Maris (PMDB): ‘ele encontrou uma imensa cratera, que está aterrando para depois erguer os alicerces’.
 
Dica
 
O cardiologista Sérgio Arruda está indo muito bem na caminhada para entrar na política em Cáceres, porém precisa tomar cuidado para não cometer o mesmo erro que doutor Leonardo (PDT) em 2012. Ao colar a sua imagem a figuras desgastadas da política e perdeu uma eleição ganha.
 
Perseguição
 
A ação combativa do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cáceres (SSPM), Claudiney Lima e sua diretoria, reconhecida inclusive pelo homem forte do prefeito Francis Maris (PMDB), o advogado Átila Gattass, acaba de lhe render a primeira perseguição. A secretária de Administração, Silvia Mara Gonçalves, que acaba de se mudar para Cáceres, abriu um procedimento administrativo alegando que Lima, que é fiscal da Secretaria de Obras, mesmo afastado para presidir o SSPM, estaria recebendo ilegalmente um adicional de produtividade. Alguém precisa avisar a secretária, que a produtividade dos fiscais, inclusive os de tributos, foi incorporada aos salários em 2001 por determinação do ex-prefeito Túlio Fontes (PSB), como incentivo para o incremento da arrecadação de impostos. Dou uma pamonha para quem adivinhar quem colocou a secretária nessa furada.
 
Impossível
 
Por falar em Silvia, já saiu o nome da empresa que irá fazer a proposta de reforma administrativa. Ela tem até agosto para finalizar o trabalho. O procedimento é vital para ajustar o quadro de servidores a real necessidade do município, porém não vai dar aos servidores, o que eles mais desejam; um salario justo. E não é porque a administração não quer, mas porque a prefeitura não tem e não terá em curto prazo, condições para isso. Digo isso por que em 2013, durante a greve dos servidores, o município foi à Justiça para não dar algo em torno de 42% reajuste que elevaria para um salario mínimo o vencimento de cerca de 800 servidores. E tem mais: dizer que a reforma será implementada esse ano é leviano. Possivelmente ela será aprovada no ano que vem para ser colocada em pratica em 2017.
 
Fome Card
 
Vendo o embate entre a administração e os servidores de uma posição privilegiada, é possível prever que nem mesmo o Vale Alimentação de R$ 200 reais, apelidado carinhosamente de Fome Card, vai tirar a pressão dos trabalhadores por melhorias salariais. Por falar em Fome Card, uma fonte revelou que uma dos pais da ideia seria o secretário de Saúde, Wilson Kishi, com fortes ligações com a Coopercard, que presta serviços para o Sindicato dos Servidores.
 
Sem moral
 
Por falar em Kishi, uma fonte próxima ao prefeito de Cáceres, Francis Maris (PMDB), revelou que recentemente ele levou o secretário de Saúde, que é presidente do PDT cacerense, para tentar viabilizar ajuda para diversos setores na cidade com o governador Pedro Taques em Cuiabá, porém ao chegar ao Palácio, foi informado pela assessoria do governador que o seu interlocutor em Cáceres é o deputado doutor Leonardo (PDT) e não o japonês.
 
Mudanças
 
Três fatos importantes podem influenciar diretamente nas eleições municipais do ano que vem. A refundação do PL e a fusão do PTB com o DEM e o PRB, podem abrir duas novas janelas para a migração de políticos que tem mandato e fortalecer as quatro siglas para disputa da Câmara e até da prefeitura. Washington Calado pode presidir o PL em Cáceres e o presidente da legenda que surgirá da fusão entre PTB, PRB e DEM é uma incógnita. Hoje o PTB está com o ex-vereador Josias Modesto, o DEM com Sid Maia e o PRB com Dener Antônio da Silva (Dener Cabelereiro). Mas a bomba pode ser o fim das coligações proporcionais. A medida vai liquidar com partidos que não conseguirem eleger vereador. A parte boa é que acaba com os partidos de aluguel.
 
Efeito
 
A eleição de Marcinho Lacerda (PMDB) para a presidência da Câmara de Cáceres, associada a desgastante manutenção do veto ao pagamento de perdas salariais pleiteado pelos servidores, já produz mudanças importantes no arranjo politico local. O vereador Manoel Leiteiro (PSDB) deve assumir a Secretaria de Agricultura em lugar de Rubens Macedo (PR), que volta a Câmara para reforçar a defesa do Executivo na Casa. Com a mudança, Manézinho da Sotéco deve ser deslocado para a Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura. Por falar em Secretaria de Esporte, na administração ninguém admite, mas a queda de Ester Ferreira da coordenação de Esporte seria uma represália ao vereador cabo Pinheiro (PRTB), que votou com a oposição pela derrubada do veto.
 
Motivo
 
Ainda com relação ao veto, a Coluna ouviu de uma fonte com cargo no primeiro escalão da prefeitura que o vereador Domingos dos Santos (PSC), foi pressionado pelo prefeito Francis Maris (PMDB), a escolher entre a administração e os servidores. Os elementos de persuasão teriam sido fortes. Francis teria convencido Domingos de que a maioria dos votos que o elegeram e poderão o reeleger, são dos moradores de Vila Aparecida e não dos colegas. Durante a conversa, o prefeito também teria insinuado que caso ele escolhesse ficar com os servidores, ele poderia incentivar o secretário de Finanças, Bruno Frank Teixeira, que também é da Vila, a ser candidato a vereador no ano que vem com o seu apoio.
 
Erro
 
A Câmara e a prefeitura de Cáceres estão cometendo mais um erro na discussão da proposta que prevê a transformação da SAEC em autarquia. Fazer uma audiência publica sobre um tema tão importante no próximo dia 20, uma sexta-feira, às 9h, cheira mal. O certo é promover pelo menos duas semanas de divulgação intensa, inclusive com carros de som, e realizar a discussão no período noturno para possibilitar a participação da maioria dos interessados. E vou mais além, a Câmara poderia negociar com as emissoras de radio para transmitirem a audiência para que a população não pudesse alegar desconhecimento dos fatos.
 
Celinho
 
A família e os amigos podem até achar que é perseguição, mas não é. Esta semana, passei no Bar dos Reis para matar a vontade de comer um peixe frito. Estava sentado só no meu canto como é de costume quando derrepente chegaram três dos maiores e mais antigos cabos eleitorais de doutor Leonardo (PDT) e não demorou para o nome do ex-vereador Célio Silva virar assunto. Eles criticaram o fato de Leonardo ter escolhido o polêmico ex-vereador para assessorá-lo diretamente. O grupo lembrou que Celinho só apoiou Leonardo na eleição passada porque foi rejeitado pelo ex-reitor da Unemat, Adriano Silva.
 
Fracos
 
Por falar e Leonardo, ele e Wancley estão experimentando o gosto de ter um mandato, ser da base do governo, e não ter poder para resolver questões de interesses pessoais e de seus eleitores. Leonardo não conseguiu fazer o governo evitar uma greve de médicos no hospital São Luiz e Wancley não conseguiu convencer o governador a implantar lei que prevê a reestruturação da carreira de polícia civil. O curioso desta história, é que Leonardo está lista dos médicos do São Luiz que estão há quatro meses sem receber do Estado.
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