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01/02/2015 - 11:06

Depois de 15 anos, Aterro Sanitário de Cáceres entrará em operação

A empresa GBS Geomembrana de Marilia-SP, concluiu na última quinta-feira, 29, a restauração de 590 metros da manta que reveste o aterro sanitário de Cáceres. O trabalho cumpre parte das exigências feitas pela Secretaria de Meio do Estado (Sema) para emitir a licença de funcionamento da estação projetada para receber o lixo orgânico da cidade.
 
O prefeito Francis Maris (PMDB), disse ao Jornal Oeste, que espera colocar o aterro para funcionar ainda em fevereiro.
 
Localizada na comunidade de Tarumã a 15 quilômetros do município, a obra do aterro sanitário, teve início em 2004, na primeira gestão do ex-prefeito Túlio Fontes. 
 
Avaliada em R$ 500 mil – recursos da Fundação Nacional de Saúde (FNS), o projeto faltou apenas 10% para ser concluído. Contudo, apesar de grande relevância para a saúde pública/ambiental, a obra foi abandonada pelas gestões seguintes. Um verdadeiro flagrante do desperdício do dinheiro público.
 
Parte da manta - material usado para impermeabilização do solo -, já foi roubada várias vezes.
 
A desativação do lixão a céu aberto, localizado nas proximidades do córrego da Piraputanga vem sendo exigida pela Justiça há mais de cinco anos.
 
De acordo com relatório técnico da SEMA, o “lixão”, local onde se destina o lixo produzido na cidade, há pelo menos, 15 anos, não dispõe de quaisquer critérios técnicos de seleção, onde são encontrados focos de incineração, inúmeros catadores e presença de chorume escoando em direção a MT-343 especialmente para o córrego Taquaral, afluente do córrego da Piraputanga.
 
Ao todo, conforme o relatório são despejados na área cerca de seis caminhões de lixo, por dia. E, pelo menos dois órgãos comprovam poluição da água da Piraputanga.
 
Boletins de balneabilidade da SEMA, de 2011 e 2012, classificam a praia fluvial do córrego como imprópria para o banho devido a alta concentração de Escherichia coli (bactéria bacilar que habita no intestino humano).
 
Por outro lado, exame realizado pelo Laboratório Ambiental, em 2013, detectou 400 coliformes totais em 100 ml de água, considerando  "a água não potável de acordo com a portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, em relação aos parâmetros bacteriológicos analisados. Potável em relação aos parâmetros físico-químicos analisados".
 
História
 
O projeto de implantação do sistema de resíduos sólidos – nome científico do aterro – absolveu recursos do Fundo Nacional de Saúde (Funasa).
 
A proposta seria solucionar a falta de espaço para o lixo residencial, comercial e hospitalar do município. Porém, nada aconteceu. Além da manta, a lona plástica usada para cobrir parte do aterro também já desapareceu
 
Construído na primeira gestão do ex-prefeito Túlio Fontes, a edificação do projeto teve complicação desde o início da implantação.
 
Um estudo realizado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) comprovou que o local era inadequado por se situar próximo a algumas baias do rio Paraguai.
 
Posteriormente, o Ministério Público embargou a obra, sob alegação de que sua localização, próximo ao aeroporto, seria um risco para acidentes de aeronaves em contatos com urubus. (Com Sinézio Alcântara) Imprimir