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30/07/2009 - 00:00

Globo destaca uso de insulfilm por ‘Mulas do tráfico’ em Cáceres

Do G1, com informações do Jornal da Globo Na fronteira da Bolívia com o Brasil, a polícia - ajudada por um médico - conseguiu identificar um truque tão simples quanto perigoso usado por ‘mulas do tráfico’ de drogas para driblar exames de raio-x. Em uma região do Pantanal, a 300 km de Cuiabá (MT), a Polícia Civil descobriu um carregamento de cocaína. Quase 400 kg escondidos dentro de uma fazenda. Mas nem sempre a cocaína que sai da Bolívia para o Brasil chega assim: entra também pelo chamado ‘tráfico das mulas’, pessoas contratadas pelas quadrilhas para transportar a droga. Condenado a cinco anos e sete meses de prisão, um homem se diz arrependido. “Eu estava fazendo o que eles chamam de ‘mula’. Essa droga eu peguei em Cáceres (MT) para levar até Uberlândia, Minas”. Quando a polícia desconfia de alguma pessoa e na revista não encontra nada, o próximo passo é encaminhar o suspeito para fazer um exame de raio-x. O problema é que agora os traficantes passaram a engolir cocaína em cápsulas embaladas em películas usadas nos vidros dos carros, o insulfilm. A radiografia não detecta a presença da droga. “Eu engoli 18 ou 19 cápsulas”, diz um preso boliviano. Para entrar no país, os criminosos usam estradas clandestinas e trilhas que se espalham pelos 900 km de fronteira entre Brasil e Bolívia. As chamadas ‘cabriteiras’ passam de uma fazenda a outra, e permitem o trânsito clandestino entre os dois países. “Vem fortemente armado, cada um traz consigo de dez a 15 quilos aproximadamente”, conta o chefe de operações do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), capitão Gildázio Alves da Silva. A tática de enrolar droga na película foi descoberta pelo médico-legista Manoel Francisco de Campos Neto, que trabalha no Instituto Médico Legal (IML) de Cáceres, município de Mato Grosso que faz divisa com a cidade de San Matias, na Bolívia. “A ‘mula’ que engole cápsulas é um suicida em potencial. Ele sabe que se uma cápsula romper ele vai ter morte imediata, por overdose”. Agora os suspeitos também são obrigados a fazer um exame de tomografia. Este sim, infalível. Em Cáceres, de cada dez presos, sete tem envolvimento com tráfico de drogas. Imprimir