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02/04/2009 - 00:00

90 casos dengue em uma semana em Mato Grosso

KEITY ROMA Da Reportagem As notificações de dengue grave em Mato Grosso dispararam 64% em apenas uma semana e o Estado já acumula este ano 229 casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) ou de dengue com complicações, maior pico na história do Estado. Noventa novos casos surgiram desde o dia 25 de março, quando até então havia 139. Medidas emergenciais para conter a tendência de avanço do vírus foram acionadas pelos órgãos de saúde. Até 2008, o número máximo de casos graves registrado em um único ano havia sido 25, quantidade 816% menor que a atual. Desde o começo de 2009, o período de 25 a 31 de março é considerado o pior em relação ao surgimento de novos pacientes. Desde janeiro, seis pessoas morreram com a enfermidade. “Vem aumentando gradativamente o número de casos graves, o que exige a intensificação do controle do vetor”, destaca a superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Maria Conceição Vila. Planos de contingência foram elaborados para Cuiabá e Várzea Grande, com a participação do coordenador do Programa de Combate à Dengue do Ministério da Saúde (MS), Giovanini Coelho, que esteve no início da semana em Cuiabá. O ministério está monitorando o Estado, que apresenta um dos quadros mais críticos do país. Entre as notificações estaduais, foram confirmados por exame laboratorial 53 casos de FHD, 42 com complicação e um de síndrome do choque. Os demais estão sob investigação. Já o dado geral de 2009, com a forma de dengue clássica inclusa, revela o universo de 4.756 notificações. “A incidência de dengue clássica caiu em relação a 2008, mas a da grave cresceu”, aponta Maria Conceição, ao citar o fator que mantém os municípios em alerta. A superintendente frisa que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disponibilizou recursos para Cuiabá e Várzea Grande investirem na contratação de médicos e de leitos de hospitais particulares para a demanda do SUS. “É um número de casos que a gente não esperava”. Estuda-se a possibilidade de adotar o fumacê nos dois municípios e já está confirmada a realização de bloqueio imediato nos bairros com altos índices de infestação e ocorrência de casos. “Várzea Grande precisa intensificar a limpeza urbana e Cuiabá também”, destaca. Enquanto na Capital são 560 casos, sendo 88 graves (25 deles de FHD confirmada), com duas mortes infantis, o município vizinho soma 75 casos com agravamento. “Cinqüenta por cento das vítimas do estágio grave são menores de 15 anos”. Entre as seis mortes causadas pela doença este ano no Estado, quatro foram de crianças. A suspeita é de que tenha voltado a circular no Estado outro sorotipo da doença, que possui três formas. “Acreditamos que houve a reintrodução do sorotipo II, que é agressivo. Quem pegou algum outro no passado e agora contrai esse, tem maior propensão a evoluir para a doença com complicações”, alerta Maria Conceição. Imprimir