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01/04/2009 - 00:00

Remédios estão mais caros a partir de hoje

DANA CAMPOS Da Reportagem A partir de hoje, todos os medicamentos, com exceção dos fitoterápicos e homeopáticos, estão com os preços reajustados em percentuais de até 5,9% nas farmácias de Mato Grosso. O aumento, previsto anualmente, é regulamentado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) e conta com o apoio da indústria farmacêutica. São cerca de 20 mil remédios atingidos pelo reajuste, dentre eles, antiinflamatórios, analgésicos, anti-hipertensivos e de uso controlado. Em 2008, o reajuste foi de 6,4%, variando conforme o nível de competição nos mercados de cada tipo de medicamento. A fórmula de cálculo de alteração de preço de remédios no Brasil é definida pela lei 10.742/2003. De acordo com o presidente do Sindicato das Farmácias de Mato Grosso (Sincofarma), Ricardo Cristaldo, os reajustes são tabelados, e não há possibilidade de os comerciantes do setor ultrapassarem o valor máximo contido na revista ABCfarma, que congrega os sindicatos de todo o Brasil, que aponta os valores máximos a serem cobrados no mercado. “Aquele consumidor que observar um aumento extravagante pode conferir a tabela de preço contido na revista. Ele pode ainda pedir ao atendente para que aponte o valor daquele medicamento que ele solicita. Se houver discrepância com o reajuste atribuído pela Câmara de Regulação, o consumidor pode denunciar a prática à Delegacia do Consumidor”, garante Cristaldo. No entanto, afirma o presidente, os comerciantes do ramo estão “acostumados” com a tabela de preços. “O produto é tabelado há 30 anos. Não tem sentido o comerciante alterar o valor e correr o risco de sofrer uma multa alta por pequenas variações”, salienta. Mesmo com o tabelamento dos preços, o empresário Maurício Alves Martins, de 39 anos, diz que o aumento de até 5,9% é injusto, diante da atual crise mundial. “Hoje em dia todo mundo tem procurado baixar preços para garantir um mercado favorável e aí vem esse aumento. Acho que não é um momento apropriado. Com certeza vai afetar o bolso de muita gente, principalmente dos mais carentes, mas que necessitam de medicamentos regularmente”, avalia. Maurício costuma gastar cerca de R$ 150 por mês com medicamentos para a mãe, que sofre de hipertensão. E de acordo com o presidente da Sincofarma, dentre os medicamentos que com certeza sofrerão as alterações mais altas de preços estão o anti-hipertensivos. “Os mais procurados são os que sofrem os maiores reajustes”, afirma Cristaldo. Para o representante do setor, a queixa da população diante do aumento é feita somente nas primeiras semanas. “Depois disso, a população acostuma. É igual como ocorre quando há o aumento da gasolina. Depois do reajuste, pode até haver queda no dólar, que os preços permanecem”, aponta Cristaldo, afirmando que é contrário ao aumento anual regulamentado pela Cmed. Imprimir