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07/05/2010 - 00:00

Asilo de idosos de Cáceres tem 19 mães a espera dos filhos

Por Jornal Oeste

Correio Cacerense Aproxima se o dia das mães e ausentes desta importante data, no asilo de Cáceres disfarçado de abrigo, existem no abrigo hoje 19 mulheres mães dividindo o espaço com 20 homens. Mulheres mães que passaram grande parte de sua vida dedicando-se aos filhos e por eles, abandonadas. Muitos sequer as visitam e de forma cruel retribuem como o amor compreensão e carinho, na forma brutal do total desprezo. São mulheres mães e homens que por vezes fizeram o papel de mãe e no dia a dia ficam com bonecas e ursos de pelúcia, sonhando com os filhos e netos ausentes, imaginando nesses brinquedos, a saudade dos filhos ausentes. Muitos desses idosos não falam mais, encontram grande dificuldade em se comunicar, mas é visível nos olhos deles a tristeza do esquecimento. O portão do abrigo-asilo fica aberto diariamente para quem quiser ir visitá-los, e eles (as) esperam em vão. Mesmo que no abrigo-asilo eles (as) sejam atendidos com amor e dedicação, tratados com dignidade todos muito limpos penteados bem alimentados recebendo medicamentos no horário certo, o certo é que lhes falta o principal, o amor filial. O mais chocante, é que existem casos de idosos que os próprios irmãos os colocam lá por motivo de herança, para não dividir com eles o que lhes é de direito, e outros casos são de filhos cujos pais já fizeram a divisão inter-vivos de seus bens e depois são internados como se já não tivessem mais utilidade nenhuma. Outro fato marcante é que os idosos quando estão fora em um galpão assistindo TV todos estão com suas malinhas ou sacolas de roupa dando a impressão de que alguém vira buscá-los a qualquer momento, talvez na mente deles é o que imaginam ou querem acreditar. Mas ninguém aparece, apenas a saudade, a triste lembrança e a vã esperança que embaralha em suas mentes e dá lugar ao sono, o descanso dos esquecidos. Oxalá no domingo, dia das mães, algum filho se lembre da mãe abandonada no abrigo-asilo e apareça por lá, mesmo que seja para ao menos lembrar que ainda tem mãe.
 
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