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06/05/2009 - 00:00

Mais de 20 toneladas de carne de jacaré deverão ser comercializadas Coocrijapan

Por Jornal Oeste

Da Redação/Kelly Martins Cerca de 20 toneladas de carne de jacaré mato-grossense deverão ser vendidas neste primeiro semestre pelo abatedouro de jacaré de Cáceres para diversas distribuidoras no país. A Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal (Coocrijapan) é a primeira indústria frigorífica que abate jacaré no Brasil e o único criatório dos animais em Mato Grosso. Conforme o presidente da Coocrijapan, Pedro Lacerda, já existe uma negociação com o Japão para uma empresa especializada em carnes exóticas. No último ano, a cooperativa ganhou a instalação do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que permite a comercialização da carne para outros estados até para outros países. O frigorífico abate cerca de 140 jacarés ao dia. No entanto, três dos maiores criadores estão na região de Cáceres e um no município de Poconé. Conforme Lacerda, Mato Grosso deve ter atualmente pelo menos 500 mil animais. O presidente explica que a comercialização da carne é totalmente legalizada e a atividade auxilia a combater o comércio ilegal. A intenção, segundo ele, é gerar renda alternativa com sustentabilidade ambiental. A Coocrijapan possui 30 cooperados, sendo a maioria pecuaristas da região. Lacerda ressalta que todo o processo de criação é legalizado junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis Naturais (Ibama), desde 1990 e, que cada criador devolve a natureza 10% dos ovos postos. "Só soltamos os animais maiores, ou seja, que já tem condições de se defender de predadores. O índice de reposição é maior que da natureza que é de aproximadamente 4%", afirma o presidente. Cada réptil leva cerca de dois anos e meio para ser abatido e é criado em tanques com temperatura ambiente. Entretanto, o abate de jacarés no Pantanal sempre foi um tema polêmico entre pesquisadores, fazendeiros e ambientalistas. Especialistas em preservação estudam uma forma de liberar o abate controlado de jacarés no Pantanal que atualmente só é normatizada a criação em cativeiro, a partir de ovos retirados dos ninhos, porém, que os criadores se comprometam em preservar os répteis até o primeiro ano de vida para que em troca possam promover o abate de animais adultos.
 
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