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28/04/2010 - 00:00

Banco do Brasil, Bradesco e Santander/Real vão usar o mesmo caixa eletrônico

Por Jornal Oeste

MARCONDES MACIEL A partir de julho, três grandes instituições financeiras - Banco do Brasil, Bradesco e Santander/Real - vão compartilhar terminais de autoatendimento em todo o país. A proposta é que os clientes tenham acesso a 11 mil terminais instalados fora de agências, como em aeroportos, postos de combustíveis, supermercados, shopping centers, farmácias e rodoviárias. Em Mato Grosso, a novidade vai abranger as 128 agências das quatro instituições, que operam cerca de 700 caixas eletrônicos. Segundo comunicado do Banco do Brasil, o novo sistema “proporcionará significativo aumento da disponibilidade e capilaridade da rede, com ganho de eficiência em relação à atual forma de utilização individualizada das respectivas redes de autoatendimento”. Um dos objetivos será garantir mais tranquilidade aos correntistas. Para isso, os bancos pretendem adotar avançadas tecnologias de segurança nos terminais de autoatendimento compartilhados. Os tradicionais códigos numéricos vão dar lugar a avançados sensores biométricos. O equipamento que faz a identificação da pessoa pela leitura das digitais, da palma das mãos e até da íris não é novidade no Brasil. Há dois anos o Bradesco, pioneiro no uso da tecnologia, adota o modelo de leitura pela palma da mão. O dispositivo funciona como uma espécie de scanner que captura a imagem do padrão vascular da palma, que passa a servir de senha complementar para o usuário toda vez que acessa a máquina. Dos 30.657 terminais de autoatendimento da instituição espalhados pelo País, 20 mil equipamentos possuem o sistema de biometria. Segundo o vice-presidente executivo do Bradesco, Laércio Albino Cezar, o sistema vem somar aos demais investimentos na segurança das transações bancárias. “Em 2009 o capital aplicado em segurança foi da ordem de R$ 2,9 bilhões. Compreende desde a compra de equipamentos, redes de comunicação de dados, desenvolvimento de sistemas e programas, recursos humanos, pesquisa em laboratório. A biometria é a última novidade no campo de segurança. Descobrimos nela uma solução nova, em que o cliente pode ter mais tranquilidade”, diz. BANCÁRIOS – O presidente do Sindicato dos Bancários do Estado, Arilson da Silva, diz que a entidade não é contra a implantação de facilidades e mecanismos que venham garantir maior conforto aos clientes. “A nossa preocupação é com a segurança dos terminais e o sigilo das transações financeiras dos clientes. Queremos que os bancos garantam total sigilo nestes serviços alternativos, já que o compartilhamento ocorrerá fora das agências, daí a necessidade de um forte sistema de segurança para preservar os clientes”. Segundo ele, os bancários questionam como ficará o atendimento interno, nas agências. “O que nos parece é que com a automação, os bancos estão transferindo a segurança para o setor público. Entendemos que esta tarefa deve ser de ambos”. Ele diz que a questão dos caixas eletrônicos já foi discutida, mas a entidade “vai acompanhar a implantação do compartilhamento” por entender que deve haver sigilo e câmeras de vigilância para garantir maior segurança aos clientes. Arilson afirmou que os instrumentos devem ser colocados à disposição dos clientes como alternativa. “Temos que ter também a opção do atendimento humano dentro das agências. Há necessidade de contratação de mais funcionários como resposta ao crescimento do número de contas correntes e ao aumento do lucro dos bancos nos últimos anos”. Para ele, a questão do compartilhamento leva à idéia de preocupação dos bancos com a redução dos custos. “Os bancos fizeram um levantamento e chegaram à conclusão de que esta redução chegará a 20%. Queremos saber se os clientes e os trabalhadores também terão ganhos”.
 
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