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06/04/2010 - 00:00

Porto Estrela tem frigorífico para "carneiros"

Por Jornal Oeste

MARCONDES MACIEL Atividade que mais cresceu nos últimos anos, em Mato Grosso, a ovinocultura deverá movimentar cerca de R$ 4,5 milhões em 2010 e R$ 22,5 milhões até 2015, segundo estimativas da Comissão de Ovinocaprinocultura da Federação da Agricultura e Pecuária e da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat). A previsão é de que, nos próximos cinco anos, o rebanho de ovinos e caprinos salte dos atuais 1 milhão para cinco milhões, crescimento de 400% no período. Segundo o presidente da Comissão, Antônio Carlos Carvalho de Souza, nenhuma atividade se expandiu tanto nos últimos anos como a ovinocultura. Há 10 anos, por exemplo, Mato Grosso contava com um rebanho de aproximadamente 100 mil ovinos e pouco mais de 10 mil caprinos. “Hoje já são mais de um milhão de animais. Criar carneiros e ovelhas é a grande coqueluche do momento e dá mais resultado”, garante. O bom desempenho da ovinocultura mato-grossense, entretanto, esbarra na falta de frigoríficos para fazer o abate dos animais na região. Atualmente, Mato Grosso conta com apenas três plantas industriais com inspeção estadual e municipal para o abate de ovinos, localizadas em Porto Estrela, Rondonópolis e Alta Floresta. As três possuem capacidade para abater até mil animais por dia. Além dessas plantas, outras três, em Pontes e Lacerda, Terra Nova e Campo Verde estão em construção. Mato Grosso consome atualmente cerca de 130 mil animais por ano, porém 60% deste volume é comprado de outras regiões e até mesmo importado de países como Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Paraguai e Uruguai. “Com a expansão da atividade e o interesse cada vez mais crescente dos produtores pela ovinocaprinocultura, esperamos alcançar a nossa autosuficiência até 2015”, prevê Antônio Carlos. Ele acredita que até lá os produtores poderão dispor de estrutura necessária para absorver esta produção e processá-la na própria região. O consumo de carne de ovinos per capita é de 800 gramas/ano. Para 2015, a estimativa é chegar a quatro quilos per capita/ano. Segundo Antônio Carlos, as perspectivas da ovinocultura em Mato Grosso são excelentes, mas é preciso estar atento também à necessidade de agregar valores à matéria-prima. EXPOPEQ – Para fomentar as atividades pecuárias de pequeno porte no Estado, a Associação Mato-grossense de Criadores de Ovinos, a Famato e o Sindicato Rural de Cuiabá lançaram ontem pela manhã a 6ª Exposição de Pequenos Animais (Expopeq) e a 4ª Feira de Produtos da Agricultura Familiar, eventos paralelos que serão realizados a partir de amanhã, no Parque de Exposições Senador Jonas Pinheiro, de Cuiabá. O objetivo, segundo Antônio Carlos, será divulgar a atividade e mostrar a importância dos pequenos animais como gerador de emprego e renda. Atualmente, mais de 10 mil pessoas vivem direta ou indiretamente da atividade em Mato Grosso. Durante o evento, serão expostos animais como cabras, carneiros, cabritos, minivacas e outros. Os organizadores vão promover também a realização de cursos e palestras, e ainda o julgamento de raças de ovinos e caprinos. Participantes de cinco estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Sergipe – já confirmaram presença no evento, que deverá movimentar mais de R$ 1 milhão entre comercialização direta e leilões. No total, cerca de 20 criadores vão expor em torno de 800 animais durante a Expopeq deste ano, segundo grande evento do setor pecuário de Mato Grosso neste ano. No ano passado, o evento recebeu a visita de 50 mil pessoas. Para este ano, com o feriado do próximo dia 8 (aniversário de Cuiabá), os organizadores esperam a presença de mais de 100 mil pessoas.
 
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