Notícias / Economia

19/03/2010 - 00:00

Venda de gado ficará mais segura

Por Jornal Oeste

Jonas da Silva Da Redação Pecuaristas mato-grossenses e frigoríficos passarão a ter mais garantias nas operações de compra e venda do boi gordo - pago à vista - com a implementação da Bolsa de Carnes do Brasil, um novo produto da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), controlada pela Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa). A garantia está no fato de que 90% do pagamento do contrato será feito antecipado à uma conta de custódia da BBM. Só após o depósito, os frigoríficos poderão retirar o boi do curral. O pregão eletrônico dos animais será apresentado aos pecuaristas de Mato Grosso no dia 6 de abril, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato). O lançamento da bolsa será na federação de Mato Grosso do Sul (Famasul) no dia 12 de abril. Representantes de pecuaristas e dos frigoríficos entendem que o ganho será a redução da inadimplência do setor. O coordenador do CentroBoi, central de negociação ligada à Famato, Francisco Amaral, enumera as vantagens como a garantia de recebimento do pecuarista, preço justo e certeza do frigorífico quanto à entrega de animais, além da indústria poder programar ou fazer uma escala regular de abate dos animais. Porém, ele explica que o sistema não vai eliminar empregos, pois haverá o registro do preço de balcão. O coordenador estima ainda que outra vantagem do sistema é que o governo também poderá saber o exato valor da exportação e importação com os registros da bolsa. O presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins, avalia a alternativa como uma modernização de toda a cadeia bovina. Ao mesmo tempo permite maior integração com benefícios aos pecuaristas e à indústria. Ele cita que mesmo com uma série de ajustes administrativos, os frigoríficos pagam no Estado em média R$ 72 pela arroba (para 30 dias), o que considera cotação alta. O vice-presidente da BBM e responsável pela operação em Campo Grande, Carlos Dupas, define o mecanismo de comercialização como oportunidade de "vários frigoríficos menores poderem concorrer em pé de igualdade com os grandes". Ele também sustenta que a operação dará mais transparência ao mercado. "Fechou o negócio, o frigorífico tem 10 dias para abate e programar pagamento". Ele observa que no processo de liquidação da comercialização pela BBM, se após a apuração do valor do abate (romaneio) o cálculo for superior ao depositado, a bolsa devolverá o valor ao frigorífico. Se der a mais, o ajuste será feito entre as partes. Se uma parte romper o contrato, um juiz arbitral da bolsa tentará a conciliação ou resolverá o caso em julgamento. Quem descumprir, paga 10% de multa. Pelo sistema, cada operação custará 0,5% sobre o valor total. Não haverá taxa de corretagem. Estima-se um custo entre R$ 5 a R$ 7 por animal. Hoje, as corretoras cobram entre R$ 12 e R$ 15. (Com Assessoria)
 
Sitevip Internet