Jornal Oeste

Sinézio Alcântara JORNAL EXPRESSÃO Cerca de trezentas famílias estão isoladas, por causa das chuvas, na comunidade rural do Exu a 50 quilômetros de Cáceres. O rio Paraguai, na localidade, subiu 7 metros acima do normal. Os moradores já perderam móveis, eletrodomésticos, criação de galinhas e porcos. Em algumas casas, a água está encostando no telhado. Só é possível chegar ao povoado de barco. A água está a mais de um metro acima do nível da estrada. O socorro aos moradores é feito lentamente por embarcações. Apesar do risco, muitos insistem em permanecer no local. É a maior enchente dos últimos, 25 anos, conforme os moradores. "A última vez que isso aconteceu foi em 1985, quando as águas aproximaram da ponte de concreto. Agora está até pior", afirmou o morador Pedro Souza dos Santos, que apesar de ter perdido tudo, mantém a rotina de salvar os demais moradores. "A água vai baixar e tudo vai ser como era antes" argumentou Zélia dos Santos, ao se recusar a deixar a casa. Na tarde de ontem, uma guarnição do Corpo de Bombeiros percorreu a área alagada. Duas pontes de madeira que antes faziam a ligação entre as comunidades foram arrastadas pelas correntezas. A tendência é de que é que o rio deságue em Cáceres. O volume do rio Paraguai, que vinha descendo nos últimos três dias, voltou a subir. Na tarde de ontem estava com 5, 65 metros, 25 centímetros acima da cota de alerta estipulada pela Defesa Civil Estadual que é de 5,40 metros. O caos provocado pela inundação levou a prefeitura e a Defesa Civil decretarem estado de emergência. De acordo com relatório, as chuvas prejudicaram diretamente 20 mil pessoas de 19 bairros, destruiu dezenas de pontes e 40% da malha viária.