27/04/2009 - 00:00
Festa do Congo de Vila Bela fará parte do calendário de eventos de MT
Por Jornal Oeste
Ubiratan Braga
Assessoria
A Festa do Congo, realizada anualmente na segunda quinzena do mês de julho na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, é uma tradição secular de origem africana. Neste município, localizado no vale do Guaporé, a cultura da dança e da música foram iniciadas pelos escravos que tinham, à época, a única forma de expressarem seus sentimentos. Esta manifestação aparece em outras regiões do Brasil com variações. Para perpetuar a riqueza e a popularização do evento mato-grossense, o deputado José Riva (PP) apresentou uma proposta ao Pleno da Assembleia para incluir a festança no Calendário Turístico do Estado de Mato Grosso.
Às margens do Rio Guaporé, Vila Bela foi construída para ser a primeira sede da então capitania de Mato Grosso, em 1751. Mas a consolidação da presença portuguesa na região, aliado ao acesso difícil e às doenças tropicais, acabou fazendo os colonizadores partirem, migrando para Cuiabá.
“A congada faz parte dos festejos de São Benedito e historicamente representa a resistência dos negros, que continuaram habitando a região após a transferência da capital para Cuiabá”, explica Riva
O deputado Riva argumentou que a proposta atende reivindicação das lideranças políticas de Vila Bela. O congo, ou congada, traduz para a dança um enredo de guerra. Vinte e quatro “dançantes” homens representam o embate entre os reinados de Congo e de Bamba.
No caso da ‘Dança do Congo’, os dançantes costumam utilizar um aditivo extra, o Canjinjin, que é bebida afrodisíaca e energética. Os moradores guardam sua fórmula em segredo.
“Na festa do congado, os dançantes tomam e ficam dançando sem parar. Não dormem por três dias. Inclusive, o efeito do Canjinjin ajuda muito na voz e na força dos dançantes”, relata Geovane Cano de Brito, fervoroso seguidor da congada.