Jornal Oeste

Redação 24 Horas News Com Agência Na tentativa de combater com mais vigor o analfabetismo, o Governo Federeal recorreu a um método importado de Cuba para ensinar pescadores a ler e escrever. O "Sim, eu posso" consiste em vídeos que alfabetizam a pessoa após 65 aulas em vídeo. O problema é que o mesmo método já foi testado no Piauí em 2005, pela mesma gestão federal, e não obteve sucesso. Segundo reportagem deste domingo do jornal Folha de São Paulo, há dois meses o método foi implantado em cinco Estados pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Técnicos cubanos foram enviados a Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso, Pará e Rio de Janeiro, com custos bancados pelo Brasil e material cedido por Cuba. O "Sim, eu posso" foi escolhido por se adequar aos longos períodos no mar ou rio vividos pelos pescadores. Porém, o Ministério da Educação já havia tentado instalar o projeto no Piauí em 2005. Entrevistado pelo jornal, o professor da UFPI Antônio Ferreira Sobrinho acompanhou o projeto-piloto, e admitiu avanços. Porém, ao contrário de outros programas, o método não enfatiza a leitura e interpretação de textos, apenas tirando o aluno do estágio primário de analfabetismo. Além disso, os custos com aparelhos de TV e DVD foram outros empecilhos. Timothy Ireland, especialista em educação da Unesco e chefe do departamento de Educação de Jovens e Adultos do MEC em 2005, explica que não adianta os alunos aprenderem rápido se não derem sequência aos estudos. Do contrário, o estudante pode esquecer tudo o que aprendeu. Ele lembra que 80% da turma no Piauí foi considerada alfabetizada, mas a avaliação concluiu que o resultado foi fruto da capacitação dos alfabetizadores, e não do método. No projeto, o "Sim, eu posso" é aplicado no período de pesca proibida. Depois, estão programados "círculos de cultura" para consolidar o aprendizado. O método também é usado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST.