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24/04/2009 - 00:00

Pesquisador Paulo Franchetti explica na Unemat “Por que ensinar literatura nos dias atuais?”

Por Jornal Oeste

Da Redação Na semana em que se celebra o Dia do Livro, a Unemat trouxe o pesquisador Dr. Paulo Franchetti, diretor da Editora da Unicamp, para uma conferência com o tema “Literatura e Língua Portuguesa na Escola: Ensino e Pesquisa”, realizada no auditório da Universidade em Cáceres. O público, composto por alunos e docentes do curso de Letras e professores de escolas na fronteira Brasil/Bolívia, foi motivado pela questão: “Nos dias atuais, por que ensinar Literatura?” De acordo com Franchetti, tradicionalmente, as pessoas liam para aprender comportamentos sociais e valores morais. Contemporaneamente, o livro perdeu esse espaço para a mídia e outras expressões artísticas. Da mesma forma, as funções de promover o acesso a outros ambientes sociais e ser modelo de adequação de linguagem deixam de ser objetivo primeiro da literatura. “Ler é mais do que obter conhecimento objetivo”, afirmou. Por outro lado, disse, “a Literatura tem uma força que outras artes não possuem”. A leitura é a arte da palavra, escrita ou oral, e pode causar prazer, emoção, riso, emoção. Para o pesquisador, um livro é capaz de promover o deslocamento de perspectiva de quem lê. “É arte, não ciência. O leitor mergulha nos sentidos e na paixão. Por isso, é uma forma poderosa de convencimento”. Entretanto, de acordo com Franchetti, perceber o sentido do texto não é tarefa fácil. “A capacidade de ler bem não é algo simples, e dominar esse conjunto de habilidades é fundamental para o prazer. Todas as artes devem ser objeto de estudo, porque são complexas”. O autor apresentou ainda outros argumentos para a prática da boa leitura: o livro é uma forma de cultura relativamente barata, que promove o acesso ao mundo da escrita, das artes e, sobretudo, é um exercício pleno com a cultura. Paulo Franchetti é professor titular do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em Teoria Literária pela Unicamp (1981), doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (1992) e Livre-Docente pela Unicamp (1999). É autor de seis livros, organizador de nove e de 29 capítulos de livros. Desde 2002, dirige a Editora da Unicamp. Sobre a Conferência: O evento foi promovido pelo Centro de Pesquisas em Literatura (Ceplit), que congrega grupos de pesquisa dos campi de Alto Araguaia, Cáceres, Pontes e Lacerda, Sinop e Tangará da Serra. A intenção é criar espaços para fomentar a pesquisa e refletir sobre o curso de Letras. De acordo com a coordenadora do Ceplit, Elisabeth Batista, a Unemat protocolou junto a Capes proposta de criação de novos programas de mestrado, em Literatura e Lingüística. “A instalação de cursos stricto sensu é uma esperança para aqueles que concluíram sua graduação na Unemat e para os professores da rede pública de ensino, que desejam continuar o processo de qualificação”. Para a chefe do Instituto de Linguagem, Ana Maria Di Renzo, a Universidade atravessa um momento de grandes desafios. “Precisamos discutir como queremos inscrever a nossa pesquisa no contexto do Centro-Oeste, nesse momento em que discutimos a matriz curricular do curso de Letras e o novo Estatuto da Unemat”. Autor(a): Danielle Tavares
 
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