Jornal Oeste

Na última terça-feira (08/10), a Câmara dos Deputados derrubou a Medida Provisória que tratava da tributação de apostas esportivas (as chamadas Bets), bancos, grandes fortunas e outros setores. Com isso, o país deixa de arrecadar cerca de R$ 17 bilhões que seriam destinados a políticas públicas e investimentos sociais. A decisão foi vista por especialistas como uma vitória dos setores econômicos mais privilegiados, e uma derrota para a população que depende de serviços públicos.

Entre os deputados federais de Mato Grosso, a maioria votou a favor da derrubada da MP, praticamente repetindo o posicionamento observado durante a tramitação da PEC da Blindagem, que restringia ações contra parlamentares e foi duramente criticada por organizações da sociedade civil. Votaram "Sim" pela derrubada da tributação os deputados (as): Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL), Rodrigo da Zaeli (PL),  Coronel Assis (União), Gisela Simona (União). Votaram "Não", ou seja, a favor da manutenção da medida, Emanuel Pinheiro Neto (MDB) e Juarez Costa (MDB). Nelson Barbudo (PL) não registrou voto.

A manutenção dos privilégios fiscais para grandes setores econômicos afeta diretamente o orçamento público e os serviços essenciais. Sem os recursos que seriam arrecadados com a tributação, o governo federal fica limitado para ampliar programas sociais, fortalecer o SUS e investir em educação e infraestrutura. A decisão da Câmara, apoiada por parte expressiva da bancada mato-grossense, levanta novamente o debate sobre quem os parlamentares representam quando votam. Mais uma vez, os votos se alinham aos interesses de poucos, enquanto o impacto recai sobre a maioria.  Que o eleitor se lembre desses representantes quando chegar o tempo deles baterem à porta.