22/05/2025 - 22:02 | Atualizado em 23/05/2025 - 23:59
Justiça mantém prisão de casal acusado de golpe milionário em festas de formatura em MT
Empresários teriam causado prejuízo superior a R$ 7 milhões a mais de mil estudantes; vítimas relatam danos financeiros e emocionais
Reprodução
A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva do empresário Márcio Júnior Alves do Nascimento, após audiência de custódia realizada na quarta-feira (21). Ele e sua companheira, Eliza Severino da Silva, são investigados por aplicar golpes em festas de formatura no estado, por meio da empresa Imagem Serviços de Eventos.
O casal foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (20) e estava foragido desde então. Márcio se entregou na Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), em Cuiabá, enquanto Eliza se apresentou à polícia em Maringá (PR).
Em depoimento, alegaram que o encerramento repentino das atividades da empresa ocorreu devido a dificuldades financeiras. No entanto, conforme apontam as investigações, o golpe foi premeditado. Segundo o delegado Rogério da Silva Ferreira, eles sabiam que a empresa seria encerrada no início de 2025, mas continuaram fechando contratos para arrecadar o máximo de dinheiro possível antes de deixar o estado.
A Polícia Civil estima que mais de mil estudantes foram vítimas, com prejuízo total superior a R$ 7 milhões. Até o momento, cerca de 250 boletins de ocorrência foram registrados, alguns relatando casos envolvendo grupos de até 20 formandos.
A estudante de medicina Alana Gosch, da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), em Cáceres, relatou que a turma dela sofreu um prejuízo de aproximadamente R$ 307 mil, sem contar os gastos pessoais. Já Eduarda Santana, de 21 anos, estudante de odontologia em Várzea Grande, afirmou que ela e a irmã investiram cerca de R$ 46 mil.
“Estamos todos arrasados com a notícia, porque fomos pegos de surpresa, não só na parte financeira, mas também no emocional. Fomos atrás de vestido, marcamos maquiagem, fizemos lembrancinhas. Foram quatro anos de espera para acontecer isso, 15 dias antes da festa”, desabafou Eduarda.
Além dos estudantes, funcionários da empresa também relatam prejuízos. O fotógrafo Guilherme Firmino informou que não recebeu os salários referentes aos meses de dezembro e janeiro. Segundo ele, o advogado da empresa justificou que as contas estavam bloqueadas, mas prometeu um contato posterior, o que não aconteceu. O profissional estima que tem cerca de R$ 10 mil a receber.
Márcio e Eliza são investigados por crimes contra o patrimônio, contra as relações de consumo e por associação criminosa, com penas que podem chegar a até 13 anos de prisão e multa.