Jornal Oeste

Do interior de Mato Grosso para a maior cidade do país. Foi assim que Giovana Mendes transformou a própria vida ao trocar o emprego na Prefeitura de Barra do Bugres por um negócio inusitado, mas promissor: a produção artesanal de bonecas reborn, que imitam com realismo impressionante bebês humanos. Hoje, ela vive em São Paulo e já chegou a faturar mais de R$ 45 mil em um único mês, com unidades que custam entre R$ 1.500 e R$ 8.000.

A história começou quando Giovana, ainda ganhando um salário mínimo, decidiu fazer um curso por hobbie. Comprou materiais com o primeiro salário e produziu a primeira boneca, que foi vendida por R$ 600. “No início, achei que faria só para amigos e familiares. Nem imaginava que outras pessoas se interessariam”, conta.

Aos poucos, a demanda aumentou e, após um ano de aperfeiçoamento, Giovana se mudou com a noiva para São Paulo, onde passou a se dedicar exclusivamente à atividade como cegonha reborn, como são chamados os artesãos do ramo.

Popularidade e preconceito

Com o sucesso nas redes sociais, vieram também as críticas. Giovana relata que enfrentou hate e preconceito ao divulgar vídeos ninando ou carregando as bonecas em público. “Tive crises de ansiedade, entrei em depressão e até tive pânico. Hoje, lido melhor. Sempre tenho uma resposta na ponta da língua”, diz.

O que são bebês reborn?

Cada boneca começa com um kit cru, que inclui cabeça, braços e pernas feitos de vinil, moldados a partir de esculturas em argila polimérica. O artesão é responsável por pintar manualmente, em diversas camadas, e implantar os cabelos fio a fio, além de simular veias, unhas e até manchas de pele — tudo para reproduzir a aparência de um bebê real.

Com a prática, Giovana reduziu o tempo de produção de meses para até uma semana. O tamanho das bonecas varia: modelos com cerca de 50 cm representam recém-nascidos, enquanto os maiores, de até 70 cm, simulam bebês de um ano.

Empreendedorismo que inspira

Giovana é hoje exemplo de superação e criatividade, mostrando que é possível transformar um hobbie em uma profissão lucrativa — mesmo em áreas pouco convencionais.