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19/05/2025 - 21:36 | Atualizado em 19/05/2025 - 22:53

Celular antes de dormir aumenta risco de insônia e afeta saúde de forma grave

Estudo mostra que uso de telas à noite atrasa o sono, reduz a qualidade do descanso e pode causar problemas sérios como depressão, diabetes e até infarto

Por Thais Szegö

Dar aquela olhadinha nas redes sociais ou assistir a um vídeo antes de dormir parece algo simples, mas pode estar prejudicando — e muito — a sua saúde. Um novo estudo publicado na revista científica Frontiers in Psychiatry confirmou o que médicos do sono já vêm alertando: o uso do celular à noite tem impacto direto na qualidade do sono e aumenta, de forma preocupante, o risco de insônia.

A pesquisa, feita com quase 40 mil jovens entre 18 e 28 anos em países como Noruega, Austrália e Suécia, revelou que cada hora a mais de uso de telas na cama aumenta em 59% as chances de insônia. Além disso, esse hábito tira em média 24 minutos do tempo total de sono.

Leticia Soster, neurofisiologista clínica e médica do sono do Hospital Albert Einstein, explicou que isso acontece por dois motivos principais. O primeiro é a luz azul emitida por celulares, tablets e TVs, que atrapalha a produção da melatonina — hormônio que avisa ao corpo que está na hora de dormir.

"O segundo é comportamental: o conteúdo consumido, muitas vezes estimulante ou emocionalmente carregado, gera uma ativação cerebral que dificulta o relaxamento necessário para iniciar o sono. Ou seja, tanto a luz quanto o tipo de atividade acabam retardando e afetando o descanso", diz a médica.

A curto prazo, os efeitos podem parecer leves — cansaço, irritação, dificuldade de concentração e problemas de memória. Mas se isso vira rotina, os danos se acumulam. Segundo Luciane Impelliziere Luna de Mello, pneumologista da Unifesp, os riscos a longo prazo são ainda mais sérios: ansiedade, depressão, ganho de peso, diabetes, doenças cardiovasculares (como infarto e AVC), osteoporose e até Alzheimer.

Dormir mal enfraquece o sistema imunológico, deixando o corpo mais exposto a doenças e infecções. O sono ruim também afeta o cérebro, reduz o foco e a memória, e atrapalha o raciocínio.
Leticia ainda faz um alerta importante:

"O impacto das telas não se mede apenas pelo tempo de uso, mas também pelo momento e pelo tipo de atividade. Às vezes, poucos minutos de uma atividade muito estimulante no celular antes de dormir já são suficientes para prejudicar o sono".

Para se proteger, a dica é clara: limite o uso de telas à noite. Evitar celular, tablet e TV pelo menos duas horas antes de dormir é essencial. Hoje, já existem recursos nos aparelhos para reduzir a luz azul à noite — isso ajuda, mas não substitui a importância de desligar de verdade.

Para dormir melhor, os especialistas recomendam seguir a chamada "higiene do sono", que inclui:
 
  • Ter horários fixos para dormir e acordar, até nos fins de semana
  • Evitar cafeína, refrigerantes e bebidas alcoólicas por pelo menos três horas antes de dormir
  • Fazer refeições leves à noite
  • Manter o quarto escuro, silencioso e em temperatura agradável

Com pequenas mudanças no dia a dia, é possível garantir noites mais tranquilas e proteger a saúde como um todo.

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