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24/04/2009 - 00:00

MT e Bolívia querem otimizar turismo na fronteira com parque e Pantanal

Por Jornal Oeste

Jonas Silva de San Ignácio de Velasco A utilização da faixa comum do limite entre os países e o recurso natural do Parque Noel Kempff Mercado e do Pantanal foram os principais projetos apresentados na abertura, nesta quinta-feira (23), do II Encontro Internacional dos Municípios de Fronteira, em San Ignacio de Velasco, Bolívia, 547 Km a oeste de Cuiabá. Até amanhã (25), bolivianos e brasileiros vão traçar um plano de ação conjunto para os segmentos de cultura, artesanato e turismo, no cenário das Missões Jesuítas da Chiquitania ou Chiquitos, levantadas no final do século XVIII, cujo pólo regional é a capital da Província de Velasco, San Ignacio (a 327 Km da divisa mato-grossense). O encontro é organizado pelo Sebrae-MT, com apoio do Governo de Mato Grosso, via secretarias de turismo (Sedtur) e Planejamento (Seplan), Governo Departamental Autônomo de Santa Cruz, Prefeitura de San Ignacio, Comunidades de 14 prefeituras da Chiquitania, Universidade Católica Boliviana e a direção do parque nacional. Ao falar em nome do governo de Mato Grosso, a secretária Adjunta de Desenvolvimento do Turismo, Vanice Marques, expressou que "a estrutura da estrada entre a fronteira do Estado, desde San Matias, até San Ignacio mostra a necessidade de avançar a integração entre os dois lados para se ter um turismo adequado". O esforço institucional bilateral e de investimentos conjunto nos pequenos negócios também foi indicado pela diretora do Sebrae-MT, Eneida Oliveira como efeito multiplicador da economia local. "Falar de integração de fronteiras é abrir portas para um novo modelo de desenvolvimento dos nossos municípios, com potencialidades no turismo, gastronomia, cultura, artesanato", reforçou os temas dominantes dessa reunião binacional. O diretor do Parque Noel Kempff Mercado, engenheiro Jorge Landivar, mostrou uma rota proposta para aproveitamento do ecossistema brasileiro e do patrimônio natural boliviano que faz limite com Mato Grosso e Rondônia. "Podemos ter uma entrada para o parque a partir das Missões Jesuítas em San Ignacio, integrando o turismo natural e cultural para o interior do Brasil, até ao Pantanal, por Cuiabá, Campo Grande, São Paulo. Podemos proporcionar turismo regional a partir de Cáceres, San Matias (a 10 Km da fronteira com Mato Grosso), San Ignacio e entrar no parque", apontou para um slide que mostra o parque conhecido como o Pantanal boliviano, devido à área contínua ao equivalente brasileiro em Mato Grosso. O diretor do Noel Kempff Mercado simbolizou o a unidade ecológica como "elemento articulador do turismo entre Brasil e Bolívia com Vila Bela da Santíssima Trindade, Comodoro e Pimenteiras, em Rondônia. Junto com a exposição de Landivar, a secretária de Turismo, Cultura e Meio Ambiente de Comodoro, Cenira de Freitas Oliveira, informou características socioeconômica do município, apoiada na pequena e grande agropecuária. Ao mencionar trabalho conjunto com o diretor do parque, ela também apontou o potencial que tem a fronteira e o recurso natural comum do parque e Pantanal. "O acesso pelo parque pode ser feito pelo rio Guaporé, a 92 Km da sede da cidade por terra, quando se chega à beira do rio", descreve. "Pega-se uma lancha e em duas ou três horas chegamos à Pousada Flor de Oro, já no parque no município de Pimenteiras", aponta a rota. O parque está ao norte de San Ignacio e é encravado na fronteira boliviana-brasileira. Já a cidade boliviana tem população de 48 mil habitantes e neste ano, em 31 de julho, completa 261 anos de fundação. Junto com as outras comunidades jesuítas de San Jose, San Rafael, San Miguel, Santa Ana, Concepción e San Xavier compõe o Patrimônio da Humanidade declarado pela Unesco em 1990. Bolivianos crêem em turismo com forte apelo histórico e cultural O presidente da Associação de Promoção e Desenvolvimento do Turismo de San Ignacio (Aprodetur), Jorge Prestel, ao participar do II Encontro Internacional dos Municípios de Fronteira, em San Ignacio de Velasco, Bolívia, 547 Km a oeste de Cuiabá, citou o fato de a Espanha ter registrado no primeiro trimestre 7% menos de ingresso de turistas ante à crise financeira internacional. Ao comentar o fato, disse que casos de um turismo mais barato e menos sofisticado, mas com forte apelo histórico e cultural, vai gerar cada vez mais atração. "Existe mercado para o turismo e outros setores entre Brasil e a Bolívia, no centro da América do Sul. Podemos fazer trocas entre nós e gerar emprego para nossas comunidades", afirmou aos cerca de 100 participantes do encontro. "Temos que incentivar o turismo da região da Chiquitania para o Pantanal e dessa região do Brasil para nossas Missões Jesuítas em San Ignacio e as demais cidades", frisou. O encontro tem a participação de uma caravana de 40 representantes, muitos deles secretários e técnicos de prefeituras de sete municípios (Cuiabá, Cáceres, Comodoro, Conquista D´Oeste, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade) e do governo de Mato Grosso que estão na Bolívia. Há ainda representantes do Sebrae-Rondônia, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), do IBGE, da Associação Comercial de Cáceres, de associações de artesanato e grupos culturais das cidades. Eles acompanham exposição de temas prioritários da fronteira por técnicos e professores dos dois países - além do turismo, cultura e artesanato, a segurança e migração - e vão definir as melhores estratégias para a indução do desenvolvimento conjugado de Mato Grosso e da Bolívia.
 
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