Notícias / Politica

24/04/2009 - 00:00

Novos documentos reforçam caixa 2 de Alexandre César em 2004

Por Jornal Oeste

RDNEWS O ex-presidente regional do PT e hoje deputado Alexandre Cesar, que já responde por crime eleitoral na campanha a prefeito de Cuiabá em 2004, usou e abusou do caixa 2. Documentos entregues ao RDNews nesta quinta (23) por um ex-militante da corrente Unidade na Luta, pertencente ao próprio Alexandre, e que afirma que fora desrespeitado, revelam que a campanha daquele ano foi "inflada" com contratação ilegal de centenas de eleitores, inclusive por meio de líderes comunitários. Entre a série de documentos estão contratos de prestação de serviços da coligação Amo Cuiabá, mas que, segundo a fonte, não fazem parte da contabilidade oficial junto à Justiça Eleitoral, e listagens com nomes dos contratados, com identificação por meio de RG, CPF, telefone e endereço, cópias de documentos, relação para liberação de combustíveis, controle manuscrito de pagamento de equipe de rua. Há ainda recibos que só fazem referência ao trabalho no segundo turno da campanha, quando Alexandre disputou e perdeu para o hoje prefeito Wilson Santos (PSDB). Em algumas listas, os cabos eleitorais são identificados pelos coordenadores, mas não aparecem suas assinaturas no recebimento de dinheiro. O clima do "já ganhou" e a promessa do ex-tesoureiro da direção nacional petista Delúbio Soares de que não faltariam recursos para a campanha de Alexandre em Cuiabá motivação contratação de 17 pessoas relacionadas como pertencentes a uma "coordenação sem lugar". Deduz-se que não havia preocupação com o trabalho de organização, mas sim com suposta compra de apoio e de simpatia do eleitor. Toda a documentação entregue à redação será protocolada pelo RDNews junto ao Ministério Público Eleitoral, a quem cabe apurar as denúncias. Um dos "contratos extras" envolve o nome de Domingos Silva Lima, presidente do Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas. À época, ele foi candidato a vereador pelo PT e não se elegeu, assim como aconteceu no ano passado, quando tentou cadeira de vereador e foi reprovado de novo nas urnas. Domingos assina um contrato assegurando que recebeu R$ 2,4 mil para pagamento de cabos eleitorais. E ainda lembra, no contrato, que faltaram R$ 100. Como esse valor não está especificado na contabilidade oficial, conclui-se que faria parte de caixa 2, segundo a fonte que preparou o dossiê. Há também uma relação com 15 nomes e que traz o valor discriminado de "100" para cada apoiador, totalizando R$ 1,5 mil. Constam cópias de documentos dos "apoiadores". Um dos líderes comunitários que assinam documentos como espécie de responsáveis pelo pagamento de militantes é Édio Martins de Souza, presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb). Ele apoiou no primeiro turno no pleito de 2004 o então candidato do PPS, deputado Sérgio Ricardo, que ficou em terceiro lugar. Já no segundo turno, Édio aderiu à campanha de Alexandre. Ele assina recibo comercial de R$ 18.850,00, datado de 9 de novembro de 2004. O aliado de Édio, Vanderley da Rocha, o Buda, também assina recebido de R$ 2,1 mil. Petista reage e afirma que não comenta porque desconhece o teor das novas denúncias Procurado pelo RDNews para esclarecer as novas denúncias, Alexandre Cesar não atendeu aos telefonemas. Por meio da assessoria, ele mandou dizer que não vai comentar sobre os documentos que atestam a prática de caixa 2 em sua campanha de 2004 porque desconhece o seu teor. "Tanto faz se ele (Alexandre) vai esclarecer os fatos ou não, pois vocês (jornalistas do RDNews) são pagos para meter ferro nele de qualquer maneira", reagiu a assessoria, na bronca. O site-blog esclarece que não tem interesse algum em publicar matérias depreciativas contra o deputado e só se restringe a relatar fatos consubstanciados em documentos comprobatórios. (Romilson Dourado e Andréa Haddad)
 
Sitevip Internet