Jornal Oeste

Como descrever em detalhes a 4ª Conferência Nacional de Cultura? Mais do que qualquer matéria jornalística descritiva, ou um copia e cola da programação de tudo o que aconteceu no evento, jamais, jamais, seria possível descrever os efeitos sentidos por cada participante de todas as regiões do Brasil, a efervescência dos debates, o calor das ideias, as contribuições em propostas de textos que estarão nos documentos oficiais da história cultural do Brasil, os momentos de inspiração dos cantos e orações dos Pais e Pajés, a mensagem clara e empoderada dos representantes dos Povos Originários Indígenas de todas as regiões do Brasil, esses e outros muitos contextos vividos, sentidos, debatidos, fizeram parte da 4ª Conferência Nacional de Cultura, 2024, uma mensagem clara para as novas gerações, para o futuro e para o mundo, afirmando que é possível a Democracia Participativa e é através dela é que nos afirmamos enquanto sistema de representação política.
 
Sem dúvida nenhuma que a 4ª Conferência Nacional de Cultura, de 03 a 08 de março de 2024, foi um evento de magnitude e referência mundial, para referendar e sustentar a matéria prima fundamental sem qual não seria possível uma democracia saudável, enquanto possibilidade de participação direta dos representantes culturais, líderes, fazedores de cultura, artistas de todas as áreas, gestores municipais e estaduais de todo o Brasil, representações originais dos Povos Originários e religiões de Matriz Africana, Mestres de saberes tradicionais, Grupos de minorias, representações diversas de Comunidades em situação de invisibilidade social, cultural e marginalizados pelos efeitos do capitalismo e sua exclusão, tudo isso, todas essas vozes sendo ouvidas, reunidas no mesmo espaço, estiveram debatendo, propondo e aprendendo uns com os outros, durante cinco dias inesquecíveis, que ficarão nas memórias dos participantes e nos anais da história cultural do Brasil e sendo referência para as novas gerações na afirmação do fortalecimento da Democracia Participativa.
 
Todas as expressões de alegria, manifestações artísticas diversas de todas as regiões do país, nos mostram o quanto o Brasil é lindo, vivo e magnífico, com todas as cores exuberantes da humanidade, todas as expressões culturais cujas raízes são as mesmas presentes em todos os continentes da Terra, o Brasil é o celeiro da Cultura de Paz, o testemunho vivo de que todas as sementes de todos os povos da Terra podem conviver juntos em harmonia, e a arte e os artistas podem transformar o mundo e quebrar as barreiras do orgulho e o preconceito que separam uns aos outros.
 
Com esse evento, ficou claro e evidente o motivo pela qual certos representantes políticos de visões extremistas sempre que estão no poder, tentam a todo custo atacar e calar as vozes dos artistas, educadores, pensadores, e outros que trabalham para a causa da justiça, liberdade e igualdade para todos.
 
Ficam as memórias, as lembranças, as fotos, os vídeos e os textos formalizados das tantas contribuições que em algumas vezes, foram construídos de palavra em palavra, pelas vozes da diversidade humana presente, sendo ouvida, refletida e debatida.
 
Que venham os frutos e os resultados desse importante acontecimento político cultural para todo o Brasil, para que possamos fortalecer e reivindicar por meio de bases legais garantidas por leis na Constituição Federal da República Federativa do Brasil.
 
Por Hélio Santana, Delegado Cultural pelo Estado de Mato Grosso, Município de Cáceres e Vale do Guaporé (MT), é escritor e músico independente, Bio-filósofo e Produtor Cultural.