Jornal Oeste

Com 52 mil habitantes e bons índices de desenvolvimento, Pontes e Lacerda é o polo do Vale do Guaporé, na região de fronteira, mas sua população e dos municípios vizinhos não contam com atendimento para hemodiálise. Esse cenário vai mudar. Em 2024 o deputado estadual Júlio Campos (União) destinará uma emenda para a construção de um Centro de Hemodiálise na Santa Casa – Hospital Vale do Guaporé.

Pontes e Lacerda será um dos polos regionais contemplados com emendas de Júlio Campos. Outras cidades também receberão centros de hemodiálise, o que reduzirá o chamado turismo de saúde e proporcionará melhor condição de vida aos pacientes que se submetem às sessões de hemodiálise.

O portador de problema renal morador em Pontes e Lacerda, e que depende de hemodiálise enfrenta uma maratona de 240 km na rodovia BR-174 em cada sentido da viagem até Cáceres, onde o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o atendimento no Hospital Regional Universitário da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Dr. Antônio Fontes.

Moradores em Pontes e Lacerda e nos vizinhos municípios de Vale de São Domingos, Jauru, Porto Esperidião, Glória D’Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade, Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e outros são abrigados numa Casa de Apoio em Cáceres, vizinha ao hospital regional, para facilitar seu acesso ao centro de hemodiálise.

Uma das metas parlamentares de Júlio Campos é a melhoria do sistema da saúde pública. O deputado lembra que em 30 de outubro de 2021 uma ambulância da Prefeitura de Comodoro colidiu com uma SW4, na BR-174, próximo àquela cidade, e que 13 pessoas morreram. A ambulância transportava oito pacientes para fazerem hemodiálise em Vilhena, na vizinha Rondônia, uma vez que Comodoro não tem serviço de hemodiálise. 
O motorista da ambulância, Elias Santos, morreu. Todos os pacientes perderam a vida e seus dois acompanhantes também morreram. Dois ocupantes do carro que viajava em sentido contrário, também não resistiram aos ferimentos.

O acidente em Comodoro é um dos registros mais trágicos do turismo de saúde em Mato Grosso. “Vou conversar com as lideranças políticas de Lacerda, e juntos vamos virar essa triste página da nossa saúde pública”, comenta Júlio Campos. 
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Mato Grosso tem 983 km de fronteira com a Bolívia nos municípios de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro, e o vazio do Estado na área pode ser dimensionado pela falta de centros de hemodiálise, que naquela região existe somente em Cáceres.