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20/01/2010 - 00:00

Alerta: periferia de Cáceres está infestada de Caramujo-africano

Por Jornal Oeste

Celina Dias Correio Cacerense Em Cáceres, segundo a vigilância sanitária o caramujo-africano é encontrado na maioria dos bairros, principalmente em terrenos sujos e no período noturno. Segundo a coordenadora da Vigilância e Saúde de Cáceres Arlene Alcântara, a VS realiza a fiscalização nos bairros da cidade, e onde ele é encontrado o proprietário é notificado para que realize a limpeza dos quintais. A equipe da vigilância orienta a população que para realizar a coleta do animal é necessário que se usem luvas ou sacolas plásticas, e que para matá-lo, o animal pode ser esmagado, pode ser colocado sal e depois enterrado, atividade que deve ser realizada apenas por adulto. O caramujo-africano é uma espécie considerada praga em diversos países no mundo todo. Foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, com o intuito de oferecer um substituto mais interessante economicamente e de maior peso que o escargot verdadeiro (Helix aspersa). Em pouco tempo de criação se verificou que o animal não tinha boa aceitação pelo mercado consumidor brasileiro, o que provocou a desistência da maioria dos criadores, que se desfizeram dos animais de forma errônea, liberando os caramujos em jardins, matas ou simplesmente colocando-os no lixo. Segundo o médico veterinário da Vigilância e Saúde Alexsander Leandro Marques, estes caramujos não encontraram predadores naturais à sua altura e se multiplicaram rapidamente, invadindo diversos tipos de ecossistemas brasileiros. Como são hermafroditas (possuem os dois sexos em um mesmo animal) e realizam a autofecundação, basta apenas um indivíduo para que a praga se alastre, afinal são cerca de 400 ovos ao ano por caramujo. O caramujo-africano é um molusco grande e escuro, com até 15 cm de comprimento e 200 gramas de peso. Sua concha é alongada e cônica, com manchas claras. Ele não deve ser confundido com os moluscos brasileiros. Os nativos aruás-do-mato (Megalobulimus sp) têm importante papel ecológico, além de servirem de alimento e como matéria prima no artesanato dos índios. Os caramujos-africanos são conhecidos por serem hospedeiros de duas espécies de verminoses que acometem os seres humanos. A angiostrongilíase meningoencefálica, causada pelo Angiostrongylus cantonensis e angiostrongilíase abdominal, cujo agente é o Angiostrongylus costaricensis. A invasão do caramujo-africano é atualmente muito mais relevante no aspecto ecológico do que no agrícola ou sanitário. Este caramujo está invadindo ecossistemas e ocupando um lugar que não é seu. Reduzindo assim a diversidade de espécies. Além de devorar folhas, flores e frutos, causando um enorme estrago em plantas de importância agrícola, ornamental e ecológica ele também é canibal, alimentando-se de ovos e jovens caracóis de sua mesma espécie, como forma de obter cálcio para sua concha em ambientes com escassez deste elemento.
 
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