Jornal Oeste

Se vocês já assistiram a série de filmes o Exorcista, já sabem do que vou falar. Eu saí de Cáceres, rapaz, para estudar e trabalhar e voltei 20 anos depois por um acaso do destino. Voltei para ajudar na eleição de prefeito do meu chefe na Secretaria Estadual de Turismo, Ricardo Henry. Por obra de Deus, pós eleição, fiquei e hoje sei exatamente o motivo. Por ser filho de um apaixonado por política e por ser jornalista, com gosto pelo tema, acabei automaticamente me inserindo no meio na cidade. Pensa em um erro gigantesco. Se tem um meio de gente sem vergonha na cara, é esse. O sujeito xinga a família do outro, difama, faz o que tem de pior e na campanha seguinte, estão juntos pela teta e pelo status. Cáceres, que não é diferente de nenhum lugar do País, tem ‘os malas da política’. Pode ter doutorado, mas chegou a campanha, pega cinquentão para votar. Peguei nojo e comecei a planejar a forma de reparar a ‘cagada’ de ter retrocedido. Fui apresentado a Túlio Fontes, de quem tinha a mesma imagem que muitos tem até o conhecer. Tem 999 mil defeitos, mas não é corrupto, e acima de tudo, respeita a todos, inclusive servidores públicos e privados. Comecei a acompanhar sua trajetória e conheci pela primeira vez, na política, o respeito profissional e a lealdade. Este ano, completou 20 que retornei a Cáceres e conheci Tulio, a família e seus amigos leais. Um ciclo maravilhoso que infelizmente foi quebrado quando nos deixamos enganar pelos lobos em pele de cordeiro. Temendo a volta dos Henry a prefeitura, fomos iludidos pelo falecido dono rádio e uma meia dúzia de interessados, que o mega, the best, pica da galáxias do meio empresarial da região, ia usar a sua formula mágica para fazer Cáceres avançar. A ideia do cara da radio não era ruim, como ficou provado. O cara não é político, rico e popular, com apoio dos Bugres, liderados pelo prefeito de dois mandatos, filho de um prefeito de dois mandatos e sobrinho de um prefeito de cinco mandatos, dava para parar ‘o trator’ chamado Pedro Henry. Mas, ganhamos por dois fatores. Metade da população não queria um novo Pedro Henry e os ‘malas’ sugando a prefeitura. Financiados pelos grandes da política de Mato Grosso, que temiam o crescimento e o estilo Pedro Henry, que quase virou ministro de Lula, ‘os malas da política’, descartados por Pedro Henry, pariram o seu clone, o desconhecido médico Leonardo Albuquerque. Já ambientado, sugeri a coordenação da campanha, não bater no doutor e sim nos malas.  Funcionou em partes, porém faltando uma semana para as eleições, todas as pesquisas indicavam que íamos apanhar feio. Me assustei, mas fiz a sugestão que a época eu chamei de ‘ippon’, um golpe que acaba a luta no judô. O the best recusou minha ideia na lata. A cúpula da campanha porém, com alguns experientes, entre eles o falecido Adriano Silva, acreditou que a minha ideia era o último tiro. Adriano foi corajoso e resolveu peitar. Chamou uma reunião no Hotel do tesoureiro e me chamou. Xuxu também foi chamado. Diante das pesquisas, por unanimidade, disseram, faça! Faltando dois dias para eleição, demos um tiro de 12. Quando eles tentaram reagir, não deu mais tempo. Como é que cata 300 mil panfletos do chão, jogado de uma avião, kkkkk.  No Iate, assim que acabou a apuração, ao menos meia dúzia de malas saíram na minha batalha porque suspeitavam que a ideia era minha. A mando do juiz eleitoral da época, foi a primeira vez na vida que sai de um local de apuração escoltado por duas viaturas e muitas metralhadoras. A parte cômica, foi que chamou a atenção de todos da saída do Iate a entrada em casa. Mas foi o dia que o pessoal da minha rua mais se sentiu seguro. Uma viatura dormiu na porta de casa e no outro dia o meu celular foi para perícia para identificar os ameaçadores. Nem preciso dizer quem foi, né galera. Mas, para alegria dos derrotados, teve a lei do retorno, meteórica. Seria um safado se dissesse que fiz isso porque o pica da galáxias é lindo e porque queria um cargo na prefeitura. Eu já era concursado e coordenador de comunicação. Acertei com o mentor político dele à época. Esperei a diplomação e fui cobrar pelo serviço prestado. Procurei as suntuosas instalações do conglomerado, onde se encontrava o alcaide e o mentor. Quando fiz a cobrança, o pica da galáxias disse. ‘Não te devo nada’. Falei para ele, mas foi esse ai que me contratou. Ao perceber que tinha tomado uma chave, levantei, bati nas costas dos dois e disse. ‘Não é isso que vai me deixar mais rico ou mais pobre. Mas, vou continuar com a sabedoria do meu pai, que era um homem de palavra’. Quem deve quem? Isso que estou escrevendo, contei para todos as pessoas que me perguntaram a razão de eu moer ele no pau há dez anos. Inclusive para diretores e funcionários do conglomerado. Diante do exposto acima, quem me deve, faz favor de pagar porque o carrinho do supermercado não anda sozinho.
 
Bocas de sapo x melosos
 
Por falar em ‘malas da política’, o meu querido amigo e candidatíssimo a vereador, Regis Kuru, conseguiu uma proeza. Reuniu a nata do chorume da privada política de Cáceres em um só lugar. Acho massa o nível intelectual e político de alguns debatedores. Só olho, não participo. Estou lá para ver ser minhas lapadas acertam no alvo. Kkkkkk
 
Herança
 
O Tribunal de Contas de Mato Grosso está julgando hoje uma ação de um grupo de médicos que prestou serviços na gestão do prefeito Francis da Orla (PSDB). Detalhe pequeno, mesmo com pedido da vice-prefeita a época, ele se recusou a cumprir a lei. Acho que nem o Zé segura essa. Vai tomar pau. Se tomar nessa instância, dificilmente reverte na capital federal. Só se Francis tiver amizade com Xandão.
 
Riquinhos
 
Os mesmos bolsolóides que em atos antidemocráticos e inconstitucionais ficaram acampados na frente do 2º BFron de Cáceres resolveram se organizar e passar mais uma vergonha. Representados pelo presidente do Sindicato Rural, pediram ao presidente da Câmara Municipal que revogasse a emenda à lei orgânica que reconhece os Direitos da Natureza em Cáceres. Detalhe é que essa emenda já tinha dado visibilidade nacional e internacional à cidade, como sendo a primeira do Pantanal. E o pior, pediram, e foram atendidos.
 
Gado
 
As 3 dúzias de pecuaristas que compõe o Sindicato Rural foram à Câmara testemunhar como os seus vereadores votariam pela revogação. Na transmissão pelo Youtube, deu pra sentir o cheiro do medo dos vereadores de desagradar os abonados em dinheiro. Somente os vereadores Cézare Pastorello (PT), que tinha sido autor da emenda original, e Mazeh Silva (PT), votaram contra a revogação. Todos os demais foram favoráveis.
 
Né!
 
Só isso já seria vergonha suficiente para a Câmara, mas a vereadora Mazéh usou a tribuna para fazer um desabafo, dizendo que tem sido agredida por companheiros do próprio partido, que pressionaram ela para que votasse contra a revogação. Isso arrancou elogios e solidariedade da bancada da direita. Então, se ela foi pressionada a votar contra, voto contrário mesmo foi só o do Pastorello.
 
Juvenis
 
Os Direitos da Natureza haviam ganhado destaque positivo no cenário dos movimentos ambientalistas e defensores do bem viver. Com essa reprovação, a repercussão vai ser maior ainda, porque foi um passo para trás. Eu vejo que os pecuaristas deram um tiro no pé. Se deixasse como estava, ninguém mais tocaria no assunto. Agora, vão ser alvo de críticas pesadas Brasil afora. E fora do Brasil.
 
Abraços
 
Semana que vem tem mais. Pode seguir, compartilhar, xingar, fazer fake, processar. Faz parte do jogo. Estudem, trabalhem, larguem mão de política. Kkkkkkkk