Jornal Oeste

O médico Leonardo Albuquerque (Republicanos) se despediu do mandato de deputado federal na última sexta-feira, 27, durante solenidade da reinauguração da reforma da cinquentenária Praça Major Joao Carlos, urbanizada no governo do prefeito Luiz Ambrósio em 1973. Prestou contas e chorou a derrota na reeleição. Leonardo não terá mais mandato por dois motivos ‘crassos’. Errou ao não entrar no grupo da prefeita Eliene Liberato Dias (PSB), e insistiu em carregar os ‘curvas de rio da política de Cáceres’. Quem foi a solenidade sabe do que estou falando. Ao contrário do que ele disse em seu discurso, ninguém atrapalhou. Quem tinha mandato era ele. Como me disse ‘Café no Bule’. ‘Não soube construir!
 
Explico
 
O neném perguntou sobre o ‘erro crasso’ que tanto gosto de usar. Explico. Crasso foi um riquinho general Romano que fez uma ‘caca’ que entrou para a história. Subestimou adversários, morreu e matou seu exército em uma batalha ganha. A façanha virou sinônimo de erro fatal.
 
PDT
 
O presidente do PDT de Cáceres, o procurador da Águas do Pantanal, Alexandre Quida está a todo vapor com a montagem da chapa de vereadores para eleição de 2024. Sem problemas com ninguém, ele inclusive já vai formalizar os convites para os vereadores Leandro dos Santos (UB), Franco Valério (PROS) e Marcos Ribeiro (PSDB), para ingressarem no partido de Leonel Brizola e Darci Ribeiro. Alexandre está na contramão de quem não quer gente com mandato. Ele diz que com o fim da coligação, é preciso fazer legenda. Quem tiver mais votos, leva. Estou com ele. Quida também deve formalizar convites para Lauro Alcântara e Ronaldo Damacena (Iturama).
 
Movimentação
 
Pela segunda vez o vereador Cézare Pastorello (D), foi confirmado formalmente para se filiar ao PT de Cácares. Desta vez, creio que assim que abrir a janela ele deve se somar a vereadora Mazeh Silva e engrossar a bancada na Câmara. Pastorello, foi o único vereador da cidade que foi a guerra contra os bosoloides antes, durante e na campanha para presidente da república. Parabéns ao PT pelo reconhecimento. A atuação dele é tão diferenciada, que voltou a ser o líder da prefeita Eleine Liberto Dias (PSB), na Câmara.
 
 No alvo
 
Com pouco mais de R$ 500 mil reais, a maioria de emenda do deputado federal doutor Leonardo (Republicanos), a prefeitura de Cáceres restaurou a praça e a fonte da Praça Major João Carlos. Estive lá com um galera da velha guarda, incluindo João Parisi (João Peru), Tétinho Fanaia, Acir Montecchi (Papagaio) e as meninas de Foad Gattas. Fomos porque aquele lugar meche com autoestima dos cacerenses, e as nossas não ficaram de fora. Em 1978, Ernani Martins, o visionário, fez uma programação diferenciada para comemorar os 200 anos de Cáceres. Entre as atividades da programação, tinha um concurso sobre a história de Cáceres, baseada no primeiro livro de Natalino Ferreira Mendes. Resumindo, eu pelo Mário Motta e Fernanda Martins pelo CIC fomos para final. Perdi para a filha do prefeito.  Me senti vencedor e ganhei uma amiga para vida. Hoje, eu e Fer nos divertimos com essa história que se passou na Praça Major João Carlos. Só para registrar. Se essa menina conseguisse virar prefeita, seria o pai ‘cagado’. O tempo, o momento, não deixaram.
 
Lacerda
 
Como antecipei aqui, os Lacerda estão saindo do sarcófago. Zezinho Lacerda, o pai do cara de pau do século, vai virar senador em março. Vai se igualar ao irmão Marcio. Sem expectativa nenhuma. Quem não fez em uma vida, não fará em quatro meses. Que ele aproveite o momento de fama. Ansioso para ver ele e o gurizinho dele com um litro de óleo de peroba em Cáceres. Se for depois de julho, não vou ver.
 
2026
 
Tudo isso, tem um único propósito. Carlos Favaro (PSD), o famoso Carlão Gogó, que herdou, além dos Lacerda, boa parte dos órfãos de Pedro Henry, quer ser governador do Estado. Ele pode ir e voltar para a lua cem vezes, meu voto não terá. Aliás, em julho vou mudar meu título. Falar no PSD do Carlão Gogó, em Cáceres o presidente do partido é Renancildo França, amigo nosso Cutia, que nem vota mais em Cáceres. Mas vai abraçar os ‘passa fome’ que envolvem família e até dançam na campanha.
 
Bis
 
O que está acontecendo hoje na política do Brasil é um replay de 1964. Milicos usando o poder de portar uma arma dada pela Constituição Federal para virarem políticos e fazerem justiça. Impossível, são doutrinados. Sabe aquele tapa-olho para burro de carroça, é isso. Se os últimos quatro anos deixou algo de bom, foram os exemplos na política. Bons e maus exemplos, com os quais a população tem que aprender na hora de votar. O que ficou muito evidente é que lugar de militar é no quartel e lugar de polícia é na delegacia. Os vários delegados tal, investigadores tal e major/tenente/sargento/cabo não fizeram nada de bom, a não ser insuflar uma população de direita a discutir coisas que não tem nada a ver com a política. Criando bichos papões como comunismo e ideologia de gênero para se posicionarem contra. De concreto, não fizeram nada em lugar nenhum.
 
Fanatismos
 
Mesmo desserviço fizeram os evangélicos e católicos fervorosos, se prendendo a pautas de costumes, enquanto o seu rebanho foi empobrecendo na frente dos seus olhos. Enquanto os irmãos estavam indo catar lixo para comer, políticos pastores e políticos coroinhas estavam discutindo aborto e a ameaça do comunismo. E o pior é que alguns até se reelegeram, com essas pautas superficiais, são importantes para cada família, mas que deveriam ser acessórias em um País onde a população passa fome e não tem nem soro contra picada de cobra no SUS.
 
Segredo
 
Eu prometi que nunca ia tornar público isso, mas não aguentei. Outro dia uma beata bosoloide da minha igreja se negou a me dar bom dia na fila de entrada do cortejo para o início da missa de domingo porque eu não votei no Bolsonaro. Mas Deus deve ser eleitor do Lula, porque o restante do cortejo me comprimentou numa alegria. A pessoa de quem estou falando, faz parte do grupo que misturou política com religião, um sacrilégio.
 
Oportunistas
 
Agora, para 2024, com os espaços vazios deixados pelos mais incompetentes, alguns pré-candidatos a vereadores estão se organizando no mesmo sentido. Vão usar a fé alheia e os problemas da segurança pública para se projetarem como defensores da família. E gostam de família, alguns, tem até mais de uma. Mas, o discurso é de moralidade, de uma direita conservadora. Como disse, os últimos quatro anos ensinaram. Militar no quartel, polícia na delegacia e pastor na igreja.