Pela primeira vez em anos não há praticamente ninguém ‘jogando politicamente’ em Cáceres. Essa inercia culminou com a eleição por unanimidade do vereador Luiz Landim (PV), para presidente da Câmara. Mas ele não ganhou os 14 votos no dia da votação. Ele está ganhando desde o dia em que se dispôs a largar sua atividade profissional e sua família para ajudar a administrar cidade. Foi secretário de saúde da gestão Túlio Fontes e foi preso graças a uma desastrosa denúncia de corrupção do descompensado ex-prefeito de Cáceres, Francis Maris (PSDB) que não deu em nada nos últimos dez anos. Provou sua lealdade ao ex-prefeito Túlio Fontes (PSB) ao aceitar disputar uma vaga da Câmara de Vereadores no último dia para registro de candidaturas. Foi para ajudar a chapa e se elegeu. Paralelamente a isso, seu nome era o mais forte para ser vice de qualquer candidato a prefeito. Até bolsonaristas levaram Takao Nakamoto (PTB), para fazer uma dobradinha com Landim de cabeça de chapa. Foi colocado à disposição para ser vice da prefeita Eliene Liberato Dias (PSB), que já tinha um compromisso com o deputado Valmir Moretto (Republicanos), que encontrou Odenilson Silva com ‘bala na agulha’ e deu no que deu. Mas ainda assim, o nome de Landim seguiu em alta. Foi ventilado para presidir a Câmara, mas por ser marinho de primeira viagem não quis arriscar. Inteligente e humilde, soube esperar a hora certa e aprendeu a jogar politicamente. Virou presidente da Câmara no dia em que decidiu participar ativamente das campanhas dos candidatos da prefeita Eliene na última eleição. Enquanto isso, Isaias Bezerra (Cidadania) e Celso Silva (Republicanos), que também queriam presidir a Câmara, estavam apoiando candidatos de outras cidades. Agora, só falta a cereja do bolo para Landim.
Lacerda
A derrota do guri de Zezinho Lacerda para deputado federal desceu seco na garganta dos Lacerda, especialmente, do pai e do tio Marcio. Esse fato despertou o interesse deles voltarem ao poder na cidade e na região. Fonte próxima a Irajá Lacerda e ao pai Zezinho, confidenciaram que eles já teriam uma estratégia pronta. Fazer o maior número de prefeitos e vereadores na região, e especialmente em Cáceres. O pulo do gato no projeto já foi dado. Zezinho, que é segundo suplente, vai assumir como senador para potencializar a ação. Na semana passada ele e a primeira suplente Margaret Buzetti se filiaram ao PSD para se revezaram na vaga do senador Carlos Fávaro (PSB), que será ministro da Agricultura a partir de primeiro de janeiro. Mas, o grande projeto do grupo é assumir o governo do Estado em 2026.
Tarrafada
Para consolidar a retomada do poder os Lacerda não descartam bancar os ‘curva de rio’ que vivem de política em Cáceres. Isso inclui os órfãos dos deputado federal doutor Leonardo (Republicanos), dos ex-prefeito Francis Maris (PSSDB), do natimorto Takao Nakamoto (PTB) e do ex-deputado federal Pedro Henry.
Inflação
Vai ser uma guerra econômica muito interessante e rentável para os malas sem alça da política de Cáceres. Sem grupo, o ex-prefeito Francis Maris (PSDB), que sonha em voltar a reinar, deve fazer um verdadeiro leilão com os Lacerda para usar a mão de obra dos manjados da política do município. Mas se quiser sobreviver politicamente, Francis não pode insistir em acreditar que o ‘cara de rato’ sabe fazer um jogo político vitorioso. Francis perdeu as duas últimas eleições por culpa dele e ainda não se deu conta. Coordenador financeiro de uma campanha qualquer pode ser, mas política de ‘ciscar para dentro’, é para poucos e isso ele não saber fazer.
Câmara
Fui desafiado a fazer uma avaliação sobre os dois anos de mandato da atual composição da Câmara de Vereadores de Cáceres. Na média, todos fizeram o feijão com arroz, mas sempre têm os que se destacam. Tirando Cézare Pastorello (SD), que sobra em matéria de legislar, a grata surpresa foi o desempenho do meu amigo irmão e colega, Manga Rosa (PSB). Um monstro no plenário e com o microfone na mão.
Prefeitura
Também pediram para eu avaliar o Executivo. Longe de querer puxar o saco, mas a ‘amiga veia’ foi muito bem nos últimos dois anos. O vice, Odenilson Silva (Republicanos), em função das suas atividades profissionais, não teve o mesmo desempenho, mas também não atrapalhou. Já a metade do secretariado deixou a desejar. A Saúde, infelizmente, padece por conta da equipe de gestão. Tem grana para trabalhar, mas carece de um gestor que imponha respeito e tenha autonomia. Precisa de um choque que significa mudar pessoas e implantar métodos mais eficientes. A Secretaria das Festas (Sicmatur), fez bem o seu papel como a Assistência Social, Fazenda, Educação, Autarquia Águas do Pantanal e Obras, que deve ser a menina dos olhos em 2023. Na prefeitura a surpresa, para mim, foi o bom desempenho de Gésica Chaika no setor de Convênios. Esse setor é outro câncer da gestão pública que precisa ser extirpado. As emendas saem, mas as licitações são lerdas o que faz com que os recursos se depreciem. Por exemplo, o cimento e demais matérias básicos sofrem reajustes em um período de um ano, mas o valor da emenda não. Daí a necessidade de aditamentos com recursos próprios. Esta é razão de obras lentas e de outras até paralisadas.