Um dos grupos culturais de Poconé- 104 quilômetros a Oeste de Cuiabá- , visitou na tarde ontem domingo (05) o Marco do Tratado de Madri , no Centro Histórico de Cáceres.
A visita ocorreu após dois dias de apresentação do Cururu Pantaneiro, na Província Serrana de Cáceres, localidade de Chapadinha, onde desenvolveram a função da dança tradicional cuja origem remonta cerca três séculos nas cidades Pantaneiras, desde a chegada das Entradas e Bandeiras, em que dois instrumentos a viola de cocho e o Ganzá dão ritmos as trovas com cânticos em louvor aos santos homenageados.
O Grupo é coordenado pelo ativista cultural Benedito Pinto de Moraes, reconhecido nacionalmente como "Mestre Dito Pinto ".
Durante as apresentações na festa foram erguidos três mastros com os 25 passos que o ritual ensina. Além, disso os louvores se seguiram com a tradição da reza cantada com a rezadeira Domingas Silva.
Antes do regresso a Cidade Rosa, foram conhecer o monumento conhecido como o "Marco do Jauru ", que ampliou limites do Brasil suplantando o Tratado de Tordesilhas. Nesse acordo celebrado em Madri em 1750, os reinos português e espanhóis, negociaram o Brasil cedeu a cidade de Sacramento ( no Uruguai) e Espanha cedeu os 7 Povos das Missões, Portugal se assenhorou de vasta área a margem esquerda do Rio Paraguai e no Rio Guaporé entre Mato Grosso e Rondônia.
Inicialmente esse marco foi assentado na foz do Rio Jauru, posteriormente levado a Praça Praça Barão do Rio Branco em Cáceres. Tombado em 1979 como Patrimônio Nacional, é um dos pontos mais visitados da Princesinha do Paraguai.
CAVALHADA PORTO ESPERIDIÃO- CÁCERES - POCONÉ
A Cavalhada, herança da Europa trazida ao Mato Grosso pelos colonizadores portugueses é mantida no município de Poconé era realizada em outras duas cidades à saber Porto Esperidião e Cáceres, nestes municípios cinco famílias patrocinavam os patriarcas já falecidos Gastão Gomes de Arruda; José Palmiro da Silva; Osvaldo da Costa e Faria; Irmãos Castrilloon ( espanhóis radicados em Cáceres) e Archelau com seu irmão Licarion Batista, estes últimos também faziam parte da dramatização da Cavalhada.
Os folguedos da Cavalhada se encerraram em Cáceres no ano de 1973, a rainha de nome Nair Gomes Neto se preparava para montar no cavalo quando espocos de rojões assustaram o animal com um pé preso ao estribo ela foi arrastada não resistiu e morreu, a cidade entrou em comoção coletiva a tradição de séculos se hibernou durante 20 anos.
Em 1993 sob a gestão do prefeito Antonio Carlos Fontes a Cavalhada ressurge na cidade, porém, não durou muito, pois o seu maior entusiasta veio a falecer em março de 1996, o prefeito Antonio Fontes.
A cidade de Cáceres tem em seu maior bairro a justa homenagem a Cavalhada e aos Cavalheiros, pajens, rainhas, reis, corrida dos Limões, argolas, lança, aos soldados cristãos e mulçumanos .
Mas se a Cavalhada morreu em Cáceres, o mesmo não se pode dizer no municipio tido como Brasão Cultural de Mato Grosso, em Poconé segue viva a tradição após uma interrupção de 36 anos, entre 1954 até 1990, quando a Irmandade Católica de São Benedito daquela cidade resolveu pegar o "pião à unha" fazendo renascer uma das importantes moedas da cultura pantaneira autêntica.
Na Cidade Rosa a Cavalhada segue de hoje 06 de junho até 03 de julho, sendo o ápice o dia 26 deste a encenação da guerra entre Mouros e Cristãos.
São mantenedores Eduardo Eubanck de Campos (Cristão ); Lucas Gaíva( Mouros); rainha Maria Clara Benedito; festeiros Clóvis Damião (Rei) Pedro Vieira de Moraes ( Capitão do Mastro) e Susiley Ferreira Gomes (Rainha).
Enquanto a Cavalhada em Poconé é feita em louvor ao São Benedito em Cáceres, era em louvor ao São Luiz de França, e aos doze pares de França leais ao Rei Carlos Magno, este coroado pelo Papa Leão II. Em Porto Esperidião a festa se realizava louvando a Nossa Senhora de Fátima no mês de maio.
O professor da Unemat Lawrenber Advincula ( Campus de Tangará da Serra ), está formalizando um amplo e minicuoso estudo sobre a Cavalhada que inclui Porto Esperidião, Cáceres e Poconé. João Arruda é repórter em Cáceres MT. Fotos acervo do professor universitario Acir Montechi.