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06/06/2022 - 12:16

Cururueiros de Poconé visitam Cáceres

Por João Arruda

Divulgação

 (Crédito: Divulgação)
Um dos grupos culturais de Poconé- 104 quilômetros a Oeste de Cuiabá- , visitou na tarde ontem domingo (05) o Marco do Tratado de Madri , no  Centro Histórico de Cáceres. 

A visita ocorreu após dois dias de apresentação do Cururu Pantaneiro,  na Província Serrana de Cáceres,  localidade de Chapadinha, onde desenvolveram a função da dança tradicional cuja origem remonta cerca  três séculos nas cidades Pantaneiras, desde a chegada das Entradas e Bandeiras,  em que dois instrumentos a viola de cocho e o Ganzá dão ritmos as trovas com cânticos em louvor aos santos homenageados.

O Grupo é coordenado pelo ativista cultural Benedito Pinto de Moraes,  reconhecido nacionalmente como "Mestre Dito Pinto ".

Durante as apresentações na festa foram erguidos três mastros com os 25 passos que o ritual ensina. Além,  disso os louvores se seguiram com a tradição da reza cantada com a rezadeira Domingas Silva. 

Antes do regresso a Cidade Rosa, foram conhecer o monumento conhecido como o "Marco do Jauru ", que ampliou limites do Brasil suplantando o Tratado de Tordesilhas. Nesse acordo celebrado em Madri em 1750, os reinos português e espanhóis,  negociaram o Brasil cedeu a cidade de Sacramento ( no Uruguai) e Espanha cedeu os 7 Povos das Missões, Portugal se assenhorou de vasta área a margem esquerda do Rio Paraguai e no Rio Guaporé entre Mato Grosso e Rondônia. 

Inicialmente esse marco foi assentado na foz do Rio Jauru,  posteriormente levado a Praça Praça Barão do Rio Branco em Cáceres. Tombado em 1979 como Patrimônio Nacional,  é um dos pontos mais visitados da Princesinha do Paraguai. 

CAVALHADA PORTO ESPERIDIÃO- CÁCERES - POCONÉ 

A Cavalhada,  herança da Europa trazida ao Mato Grosso pelos colonizadores portugueses é mantida no município de Poconé era realizada em outras duas cidades à saber Porto Esperidião e Cáceres, nestes municípios cinco famílias patrocinavam os patriarcas já falecidos Gastão Gomes de Arruda; José Palmiro da Silva; Osvaldo da Costa e Faria; Irmãos Castrilloon ( espanhóis radicados em Cáceres) e Archelau com seu irmão Licarion Batista, estes últimos também faziam parte da dramatização da Cavalhada.

Os folguedos da Cavalhada se encerraram em Cáceres no ano de 1973, a rainha de nome Nair Gomes Neto se preparava para montar no cavalo quando espocos de rojões assustaram o animal com um pé preso ao estribo ela foi arrastada não resistiu e morreu,  a cidade entrou em comoção coletiva a tradição de séculos se hibernou durante 20 anos.

Em 1993 sob a gestão do prefeito Antonio Carlos Fontes  a Cavalhada ressurge na cidade,  porém,  não durou muito,  pois o seu maior entusiasta veio a falecer em março de 1996, o prefeito Antonio Fontes.

A cidade de Cáceres tem em seu maior bairro a justa homenagem a Cavalhada e aos Cavalheiros,  pajens, rainhas,  reis, corrida dos Limões,  argolas,  lança, aos soldados cristãos e mulçumanos .

Mas se a Cavalhada morreu em Cáceres,  o mesmo não se pode dizer no municipio tido como Brasão Cultural de Mato Grosso,  em Poconé segue viva a tradição após uma interrupção de 36 anos, entre 1954 até 1990, quando a Irmandade Católica de São Benedito daquela cidade resolveu pegar o "pião à unha"  fazendo renascer uma das importantes moedas da cultura pantaneira autêntica. 

Na Cidade Rosa a Cavalhada segue de hoje 06 de junho até 03 de julho,  sendo o ápice o dia 26 deste a encenação da guerra entre Mouros e Cristãos. 

São mantenedores Eduardo Eubanck de Campos (Cristão );  Lucas Gaíva( Mouros); rainha Maria Clara Benedito; festeiros Clóvis Damião (Rei) Pedro Vieira de Moraes ( Capitão do Mastro) e Susiley Ferreira Gomes (Rainha).

Enquanto a Cavalhada em Poconé é feita em louvor ao São Benedito em Cáceres,  era em louvor ao São Luiz de França,  e aos doze pares de França leais ao Rei Carlos Magno,  este coroado pelo Papa Leão II. Em Porto Esperidião a festa se realizava  louvando a Nossa Senhora de Fátima no mês de maio.   

O professor da Unemat Lawrenber Advincula ( Campus de Tangará da Serra ), está formalizando um amplo e minicuoso estudo sobre a Cavalhada que inclui Porto Esperidião,  Cáceres e Poconé. João Arruda é repórter em Cáceres MT. Fotos acervo do professor universitario Acir Montechi.

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