Representante do Governo do Estado afirma que o Hospital São Luiz estava à beira de um colapso por infecção hospitalar porque, ao invés de produtos corretos para desinfeção, utilizava detergentes domésticos. A revelação foi feita na terça-feira (29/03) pelo secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, durante reunião com médicos e vereadores, na Câmara Municipal.
“O hospital era altamente vulnerável a um colapso por infecção generalizada, porque sequer utilizava produtos corretos para desinfecção hospitalar” afirmou o secretário pontuando que a cada dia se descobre novos “absurdos” cometidos pela empresa Pró-Saúde na unidade.
O secretário reafirmou que o governo decidiu pela requisição administrativa do hospital baseado em documentos que comprovam as inúmeras irregularidades. E, que o Estado não irá retroagir.
“O outro lado tem direito de questionar juridicamente a decisão, mas não vamos retroagir. Se houver uma reversão, o Estado não irá investir um centavo no hospital, sob pena de responder processos por negligência de colocar recursos em uma unidade que não cumpre os requisitos legais de atendimentos”.
Entre os novos “absurdos” encontrados pela equipe técnica da Secretaria são a falta e equipamentos sucateados, utilizados pela empresa. “Para se ter uma ideia a empresa utilizava um monitor da época de Getúlio Vargas e não havia sequer respiradores nos leitos de UTI. Além disso, a empresa pedia Dipirona emprestado ao Hospital Regional”.
Gilberto Figueiredo disse que procuradores do Estado estão “debruçados” estudando uma forma para solucionar a questão de atendimentos de pacientes particulares e conveniados com planos de saúde, motivo da reunião proposta pelos médicos e vereadores.
“Não tenho na mão uma decisão jurídica para isso. Mas, os procuradores do Estado estão debruçados estudando uma solução. Mas, posso adiantar, isso será resolvido na forma da lei”.
Presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Luiz Landim questionou “não queremos nada fora da lei. A nossa intenção é buscar resolver o problema dentro da legalidade. Mas, também não podemos deixar esse abacaxi nas mãos dos planos de saúde. O que for permitido por lei iremos fazer. Se não houver solução vamos nadar, nadar e morrer na praia”.
Concluindo o secretário garantiu que o governo irá investir R$ 200 milhões anualmente para assegurar um atendimento digno e de qualidade no Hospital São Luiz. Mas tarde, durante a inauguração da Escola Técnica de Cáceres, o próprio governador Mauro Mendes, afirmou que o Estado está estudando e deve apresentar uma forma de resolver o problema dos pacientes particulares e conveniados.