Jornal Oeste

Caroline Lanhi Moradores dos bairros Santa Amália, Jardim Araçá, Flamboyan, Lixeira e Paiaguás não têm visto o caminhão da coleta de lixo passar há aproximadamente dez dias. Enquanto os cuiabanos se esforçam para deixar o quintal livre de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, o lixo vai se acumulando nas lixeiras e containers, inclusive na Avenida Tenente Coronel Duarte. Síndica de um dos residenciais do bairro Paiaguás, Dalva Betiatto não sabe mais o que fazer com as sacolas de lixo que transbordam dos containers e viram de moradia para ratos e baratas. "Esse é nosso enfeite de Natal", reclama com ironia a síndica. O mesmo diz a comerciante Maura Fernandes de Souza, que se envergonha do lixo acumulado no pátio da sua mercearia e espalhado na rua do seu comércio. No bairro Santa Amália a situação é semelhante. A enfermeira Josélia Saraiva, 32, já está cansada de colocar o lixo para fora de casa todas as noites, esperando que o caminhão recolha. A coleta que era feita 3 vezes por semana, agora fica mais de 10 dias sem passar pelo bairro. Na região do bairro Lixeira, alguns funcionários públicos que preferem não se identificar também estão indignados com a situação e garantem que o caminhão da coleta não passa há três semanas. O resultado são muitas sacolas espalhadas pelas calçadas e ruas, servindo de alimento para alguns cães e colocando em risco a saúde das pessoas. Em nota, a secretaria de Infra-Estrutura (Seminfe) da capital informou que empresa Qualix, concessionária dos serviços de coleta de lixo da Capital, foi novamente notificada pelas falhas no recolhimento de lixo em Cuiabá. De acordo com o secretário, Euclides Santos, a Qualix enfrentou problemas mecânicos com parte da frota de caminhões, mas garante que eles já foram resolvidos. Por intermédio da secretaria, a concessionária informa que mais equipes de coletores estão nas ruas em esforço concentrado e com uma programação extra. Santos determinou ainda que a Qualix cumpra rigorosamente a programação estabelecida pela Secretaria de Infra-Estrutura e exige uma força-tarefa neste final de ano. A previsão é que a regularização seja iniciada ainda na madrugada desta terça-feira. Caso a coleta não seja regularizada nos próximos dias, as pessoas podem entrar em contato com o próprio secretário por meio do telefone (65) 8452-5441 ou pelo Disque Seminfe, 0800-647-6644. Na semana passada a Gazeta esteve também em alguns bairros de Várzea Grande verificando reclamações referentes a falta de coleta. Entretanto, até ontem, os moradores do bairro Jardim Alá continuavam à espera do caminhão coletor, o que significa aproximadamente 30 dias sem coleta. A dona-de-casa Judite Alves dos Santos, 40, mora há 30 anos no bairro e afirma que o lixo acumulado era tanto que precisou levá-lo para outro bairro, onde o caminhão tem passado com uma freqüência maior. Segundo o secretário de Serviços Públicos do município, Benedito Pinto da Silva, a situação em Várzea Grande deve ser resolvida até o Natal. Silva também afirma que a irregularidade na coleta de lixo já foi repassada ao prefeito e garante que, se o serviço não for regularizado, a Secretaria de Serviços Públicos vai solicitar a rescisão contratual.