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20/01/2022 - 10:46

Assassinato de Pupunha reforça a suspeita das autoridades, de uma guerra sangrenta pelo controle do tráfico na fronteira

Por João Arruda

Na torrida San Mathias  -pueblito- situado mais a oriental de La Paz, capital da Bolívia, na tarde da última quarta-feira 19, o brasileiro Everton Candido Gomes,  o Pupunha de 34 anos, executado com mais de dez tiros, passou a engrossar a violenta estatísticas de homicídios relacionados à sangrenta disputa pelo controle do tráfico na fronteira no Oeste de Mato Grosso. 

Nos últimos cinco anos,  cerca de 20 suspeitos de integrarem às organizações criminosas voltadas para introdução de carregamentos de pasta base de cocaína, da Bolívia para cá,  perderam suas vidas, todos características idênticas a emboscada feita a Pupunha. 

Everton Candido, nasceu no Bairro Vila Mariana, em Cáceres MT,  ainda adolescente foi recrutado para atuar no tráfico, em pouco tempo- segundo um dos seus parentes- ganhou projeção e passou a comandar uma organização que fazia remessas desde a Bolívia até o estado do Espírito Santo,  esse mesmo familiar,recorda que os esforços para que  ele deixasse o tráfico foram inúteis. 

Até que em 2009, a Polícia Federal de Mato Grosso, coordenou a "Operação Volver", descobrindo mais de 30 pessoas envolvidas, entre os quais profissionais liberais de todas às áreas,  e o grupo se valia também de renomado "Terreiro de Congá",na Rua Dos Poaeiros,no bairro do Junco,  de acordo com a crença era para abrir os caminhos,  porém mesmo efetuando os despachos e as oferendas, o trabalho  não deu muito resultado,visto que até o pai de santo foi preso. 

Após pagar sua pena na Volver, Everton reagrupou  parte de sua camarilha, abrindo nova frente, desta feita no estado do Maranhão, onde era tratado como "Barack Obama ", acossado por agentes da Polícia Federal, se auto exilou no  generoso território boliviano onde - de acordo com informes policiais- travava uma disputa defendendo uma facção criminosa contra outra, sendo ambas originárias das unidades prisionais brasileiras do eixo Rio/São Paulo. Na correlação de forças,  Pupunha levou a pior. 

Autoridades bolivianas da Fuerza Luta contra o Narcotráfico Felcin, admitem que existem rusgas violentas, travadas a estanho notadamente entre brasileiros e que quase nada podem fazer " eles se entendem às suas maneiras e agem com códigos próprios, principalmente nas cobranças de dívidas em geral é no chumbo. Observou um policial boliviano. 

As execuções violentas não são exclusividade de San Mathias,  as ramificações com núcleos em Cáceres,Mirassol  Pontes e Lacerda, também registraram nos últimos meses inúmeros homicídios com as mesmas características, e igualmente decorrentes de desacertos com o tráfico na fronteira. 

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