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16/01/2022 - 06:18

Campanha de vacinação contra Influenza só deve acontecer em março em Cáceres

Por Folha 5

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
A coordenadora da vigilância sanitária de Cáceres, Cynara Piran informou numa entrevista que a campanha de vacinação contra a gripe na cidade só deve acontecer em março, quando o Governo Federal realizar a Campanha Nacional.
No mês de dezembro a cidade recebeu 1000 doses de vacina contra a Influenza de uma empresa e realizou a vacinação, antes disso a prefeitura tinha realizado um mutirão em outubro durante o aniversário da cidade.
 
A coordenadora orientou que neste momento, as medidas sanitárias devem ser mantidas, com o uso de máscaras de proteção facial, uso de álcool em gel para higienização das mãos e evitando aglomerações.

Cynara também não descartou a possibilidade do município adotar medidas mais restritivas, como o passaporte da vacina que vem sendo adotado em diversas cidades do Estado para combater o avanço da pandemia pois segundo ela, Cáceres assim como o país inteiro vive um momento de crescimento nas notificações de sintomas gripais e casos da covid-19 na cidade.

Vacina da Influenza protege contra a H2N3?
 
A atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição. Este é o resultado de testes realizados no Instituto Butantan, produtor da vacina distribuída pelo Ministério da Saúde.

Segundo o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a vacina atual trivalente, composta pelo vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, conferiu a proteção cruzada (quando o imunizante foca em neutralizar um vírus, mas consegue neutralizar outro) contra a cepa Darwin em testes de laboratório justamente por conter uma cepa H3N2, da mesma origem. 

“A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro. O reagente da cepa anterior reage como uma cepa nova. Então existe essa possibilidade, esse nível de proteção”, afirma Ricardo. 
 
Vírus parentes 

Ricardo explica que a proteção cruzada pode ocorrer principalmente quando um imunizante contém em sua composição uma cepa semelhante à que se quer proteger. Isso acontece porque os vírus evoluem com o tempo, mas mantêm estruturas semelhantes.

“Você tem um grau muito próximo de parentesco com a sua mãe, mas você é diferente dela. As cepas da influenza são parentes, têm mudanças na estrutura viral, nos aminoácidos, mas têm partes do vírus que são as mesmas e ela confere essa proteção mesmo com a atualização do vírus”, explica.

Diante da descoberta, o imunizante se mostrou uma alternativa viável para proteção contra a cepa da influenza que vem causando surtos pelo país, segundo o diretor, até que a vacina atualizada esteja disponível. Recentemente, o Butantan doou 1,4 milhão de doses do imunizante da campanha de 2021 às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para aplicação de reforço.

“No meu ponto de vista, a atual vacina funciona e protege contra a Darwin. Mesmo que não seja a melhor resposta de proteção, vai trazer sim uma proteção para a população”, ressalta.

Vacina de 2022 terá Darwin na composição

A nova versão da vacina da influenza, que será distribuída em 2022, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butantan em suas fábricas. 

Segundo Ricardo, 100% do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do H1N1 e da cepa B já foram produzidos. “Em janeiro começamos a produzir o IFA do H3N2. Na primeira quinzena de fevereiro está previsto o início das formulações e do envase”, diz.

O Butantan produz 80 milhões de doses da vacina da influenza anualmente oferecidas na campanha nacional de vacinação contra a gripe. Justamente por ser sazonal, o imunizante é modificado a cada ano, baseado nos três subtipos do vírus influenza que mais circularam no último ano no hemisfério Sul monitorados e indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

“Importamos essa cepa após a determinação da OMS e já estamos trabalhando nos bancos virais que produzirão os IFAs da Darwin, por isso a vacina que será distribuída em março já vai conter a cepa”, ressaltou Ricardo.

As doses entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, são distribuídas em estados e municípios geralmente antes do inverno, quando aumentam os casos de influenza e as síndromes gripais. 

Uma versão tetravalente da vacina da influenza, com duas cepas de vírus A e duas cepas do vírus B, está sendo desenvolvida também no Butantan e deverá substituir a trivalente no futuro.

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