Com o recuo na proposta de antecipar feriados, o Governo de Mato Grosso pretende decretar um lockdown de 10 dias em todo o Estado para entrar em vigor na próxima sexta-feira (26). A proposta é debatida com representantes de diferentes entidades representantes do setor produtivo que avaliam ser necessário elevar para, no mínimo, 55% o índice de isolamento social que no momento oscila entre 36% e 40%.
A previsão para os próximos 2 meses é de um cenário caótico, com muitas mortes por Covid-19 de modo que nas conversas que estão em andamento, já é “quase consenso” entre empresários e gestores públicos que o lockdown é a única saída nesse momento para frear o avanço da pandemia. A proposta anunciada na última sexta-feira (19) de antecipar 3 feriados para esta semana e outro na próxima semana resultando
em 9 dias de “fecha tudo”, de forma escalonada em duas semanas foi descartada.
Assim, o projeto sequer foi enviado para votação na Assembleia Legislativa na manhã desta segunda-feira (22). Os envolvidos nas ações e estratégias que serão adotadas pelo Governo de forma conjunta com o setor produtivo, comércio e indústria, avaliaram que tal medida teria pouca efetividade para evitar aglomerações e elevar o isolamento social.
Para isso, foi levado em conta o cenário enfrentado em outras partes do Brasil, a exemplo do Rio de Janeiro (RJ), quando feriados eram antecipados, a população buscava meios de lazer e diversão causando aglomerações do mesmo jeito. A proposta de lockdown prevê o funcionamento apenas de atividades essenciais entre os dias 26 de março e 5 de abril, sendo que cidades terão as fronteiras fechadas e utilização de todo efetivo da Polícia Militar para evitar deslocamentos e aglomerações.
A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e a Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT) já se manifestaram na manhã desta segunda-feira. Ambas as instituições afirmaram que nesse período de crise, as atividades da indústria e do comércio consideradas essenciais têm sido fundamentais para atender a população mato-grossense e precisam funcionar para não desabastecer Mato Grosso e o Brasil.
“Essa é a nossa postura desde o início da pandemia. Durante as reuniões, já conseguimos o compromisso do governo de que não serão decretados feriados antes da próxima sexta-feira (26/03)”, informou o presidente da Fiemt, Gustavo Oliveira, ao confirmar que participou de várias reuniões com o Governo do Estado nesse fim de semana. Conforme Oliveira, foram analisados cenários e sugeridas novas ações para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.
“Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Isso não significa fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades e, sobretudo, convencer as pessoas a buscar a própria segurança, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários. Teremos 60 dias muito críticos, com a perda de muitas vidas. Perante esse cenário, é fácil concluir a probabilidade de lockdown é muito grande. Para evitarmos isso, só existe uma via: manter o diálogo aberto e negociar, contribuindo com estratégias e ações”, constam nas notas divulgadas pela Fiemt e pela Fecomércio.
De todo modo as reuniões e “negociações” entre membros do Governo e de outras entidades representativas do setor produtivo continuam no decorrer desta segunda-feira e ao longo de toda a terça-feira (23), pois somente ao final do dia é que deverá ocorrer um anuncio oficial por parte do Governo de Mato Grosso. Durante os 10 dias de lockdown o Governo do Estado deverá alinhar com as Prefeituras ações de fiscalização e repressão.
Dentro dessa estratégia, todo o efetivo da Polícia Militar deverá ser convocado para atuar na fiscalizar e adotar as medidas cabíveis a quem insistir em descumprir as determinações. Neset período, ficarão abertos só serviços essenciais, como hospitais, supermercados, postos de gasolina, farmácia, dentre outros.
NOTA DA FIEMT
Caros industriais,
Participei de várias reuniões no fim de semana com o Governo, analisando cenários e buscando novas ações para o enfrentamento da pandemia.
Antes de tudo, reafirmo que a Fiemt continua defendendo que a indústria é essencial e que precisa funcionar para não desabastecer o país e o nosso estado. Essa é a nossa postura desde o início da pandemia.
➡ Durante as reuniões, já conseguimos o compromisso do governo de que não serão decretados feriados antes da próxima sexta-feira (26/03).
Porém, é importante que todos compreendam qual é o real cenário que estamos enfrentando:
1 - Faltam vagas em hospitais, tanto na rede pública quanto privada. Corremos risco de desabastecimento de oxigênio, medicamentos e insumos hospitalares. Temos hoje 160 pessoas aguardando UTI, mas não há leitos disponíveis. Neste momento, não importa o sobrenome ou a conta bancária: se alguém precisar de hospital, tem chances mínimas de conseguir.
2 - Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Isso não significa fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades e, sobretudo, convencer as pessoas a buscar a própria segurança, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários.
3 - Teremos 60 dias muito críticos, com a perda de muitas vidas.
➡ Perante esse cenário, é fácil concluir a probabilidade de lockdown é muito grande. Para evitarmos isso, só existe uma via: manter o diálogo aberto e negociar, contribuindo com estratégias e ações.
E é isso o que estamos fazendo.
Senhores, lembro a todos que, graças ao nosso posicionamento rápido e acompanhamento constante da atuação dos governos, já obtivemos inúmeras conquistas para o setor, garantindo que quem cumpre as regras continue trabalhando.
Agora, vamos trabalhar para as melhores soluções coletivas. Além disso, estamos articulando também a viabilização de pleitos importantes para a sobrevivência de nossas empresas e a preservação de empregos, como extensão de prazo para o recolhimento de impostos, prorrogação de validade de certidões, auxílio aos setores mais impactados e outros.
O Sistema Fiemt segue atuando. Manteremos a todos informados assim que tivermos mais detalhes.
Cuiabá, 22 de março de 2021
Gustavo de Oliveira
Presidente do Sistema Fiemt
NOTA DA FECOMÉRCIO
Amigos comerciantes,
Nos últimos dias participei de várias reuniões com o Governo do Estado para analisarmos os cenários e buscarmos novas ações para o enfrentamento da Covid-19.
Reafirmo que a Fecomércio-MT continua atuando na defesa dos interesses do setor que mais gera emprego e renda ao trabalhador e, consequentemente, que mais contribui com o estado. Nesse período de crise, as atividades do comércio consideradas essenciais tem sido fundamentais para atender a população mato-grossense.
📌Durante as reuniões, _já conseguimos o compromisso do governo de que não serão decretados feriados antes da próxima sexta-feira (26/03)._
Entretanto, é importante que todos compreendam qual é o real cenário que estamos enfrentando:
✔️Faltam vagas em hospitais, tanto na rede pública quanto privada. Corremos risco de desabastecimento de oxigênio, medicamentos e insumos hospitalares. Temos hoje 160 pessoas aguardando UTI, mas não há leitos disponíveis. Neste momento, não importa o sobrenome ou a conta bancária: se alguém precisar de hospital, tem chances mínimas de conseguir.
✔️Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Isso não significa fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades e, sobretudo, convencer as pessoas a buscar a própria segurança, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários.
✔️Teremos 60 dias muito críticos com a perda de muitas vidas.
*➡️Perante esse cenário, é fácil concluir que a probabilidade de lockdown é muito grande. Para evitarmos isso, só existe uma via: manter o diálogo aberto e negociar, contribuindo com estratégias e ações. *
E é isso o que estamos fazendo.
Comerciantes, lembro a todos que, graças ao nosso acompanhamento constante da atuação dos governos e posicionamento ágil, já obtivemos inúmeras conquistas para o setor, garantindo que quem cumpre as regras continue trabalhando.
Agora, vamos trabalhar para as melhores soluções coletivas. Além disso, estamos articulando também a viabilização de pleitos importantes para a sobrevivência de nossas empresas e a preservação de empregos, como extensão de prazo para o recolhimento de impostos, prorrogação de validade de certidões, auxílio aos setores mais impactados e outros.
O Sistema Fecomércio segue atuando. Manteremos informados assim que tivermos mais detalhes.
Cuiabá, 22 de março de 2021
José Wenceslau de Souza Júnior
Presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac/IPF-MT